segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

ESTÁ RINDO DE QUÊ?

 

             O texto a seguir, do humorista português Ricardo Araújo Pereira (1974), não faz rir, mas traz uma reflexão interessante sobre o riso.

[...]

             Os guardas foram buscar o prisioneiro para o levar ao pátio onde ele seria executado. No caminho entre a cela e o cadafalso, o prisioneiro foi a rir à gargalhada.

             Conhece esta história?

             É provável que não, porque nunca aconteceu. Seria uma ocorrência mesmo muito estranha. Mas faz lembrar qualquer coisa: é a nossa vida.

Nós sabemos que vamos morrer (desculpem, talvez eu devesse ter dito: (spoiler alert ) – ou seja, temos consciência de que vamos a caminho do cadafalso – e, no entanto, rimos durante o caminho.

             Quando alguém pergunta “está rindo de quê?” espera sempre que quem responde reconheça que não há motivo para rir. Está rindo de quê? o meu chapéu não é assim tão ridículo, a minha queda não foi tão engraçada, o meu erro não dá vontade de rir.

             Ora, a resposta à pergunta “Está rindo de quê? É sempre: estou rindo do fato de não ter qualquer motivo para rir.

É disso que o prisioneiro – e nós – rimos.

Quem tem motivo para rir, como é óbvio, não ri. Por exemplo, Deus criou o mundo, e qualquer crítico de arte é forçado a reconhecer que se trata de uma obra bem interessante, cheia de boas ideias.

O mar: lindo. Montanhas: que beleza. ´Arvores: que conceito estranho, mas tão bem conseguido. [...]

Continua a ser a meta a ultrapassar por artista de todos os tempos e lugares. Porém, e talvez por isso, Deus não ri: só ri quem não tem motivo para rir. Quem ri mais: pobre ou rico?

Pobre, claro. Precisamente por não ter motivo.

O escritor português Gonçalo M. Tavares comparou a vida a uma queda.

A metáfora não é nova, mas ele foi específico: estamos todos a cair de um 40º andar. Os nossos corpos vão percorrendo o espaço vazio até ao fim inevitável, e vamos juntos, mas sozinhos, ao mesmo tempo.

Nesse processo, de nada adiante sermos fortes, inteligentes ou belos. A nossa força, beleza e inteligência não tem qualquer préstimo – nem para nós nem para os outros.

Mas a capacidade de fazer rir, não sendo capaz de evitar aqueda, torna o percurso menos difícil. Não é muito. Na verdade, é quase nada.

Mas é o que há. É uma missão nobre, fazer rir. Boa queda para todos.

PEREIRA, Ricardo Araújo. Está rindo de quê? Folha de S. Paulo. 16 dez. 2018

Disponível em : https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ricardo-araujo-pereira/2018/12/esta-rindo-de-que.shtml. Acesso em 30 maio 2019.

 

 

 

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

ESTÓRIA DE PESCADOR

 


Conta-se que um pescador periodicamente ao voltar da pescaria, observava que alguns peixes pescados, colocados no tanque, chegavam mortos ao porto. Isto acontecia reiteradas vezes, até que um dia percebeu que todos os peixes estavam vivos! Admirado, resolveu verificar o motivo, e percebeu a presença de um bagre gigante com enormes ferrões. Durante todo tempo da viagem, ferroava os demais peixes que se mantinham em movimentos.

Será que há entre os crentes contemporâneos, alguém que se assemelha aos peixes mortos do pescador, carecendo de um bagre para mantê-lo vivo? Leandro Karnal, filósofo, em uma de suas palestras advertiu as igrejas cristãs a evangelizarem os cristãos. Isto porque, um segmento moderno de cristão segue o padrão da sociedade líquida, isto é, sem forma, temeroso, frágil nas relações espirituais e egocêntrico, chegando às vezes as raias da hipocrisia e do modismo.

 Esse segmento precisa ser despertado ao arrependimento de suas práticas irrelevantes e busca sincera de reaproximação com Deus através do culto, baseado na Palavra, e centralizada em Cristo.

Talvez o “bagre” esteja chegando.

jcm

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

VOTE E VOLTE VIVO!

 


Raramente se presenciou eleições tão polarizadas e tensas quanto esta que estamos vivenciando. Nervos constantemente à flor da pele, por todos os postulantes. Porém, mesmo diante deste quadro formado de forma consciente, o cidadão de bem não deve omitir o quase sagrado dever que é votar. O voto é única arma disponibilizada para solver os grandes embates da sociedade. Voto consciente, ordeiro e sensato.

Com o advento da internet, os enganos se tornaram mais evidentes. A democracia permite que todos opinem, até eu! Porém convém estar consciente que nem todos opinam com sinceridade de alma. Muitas opiniões carecem de sustentação, pois são destruidoras; com propósito definido de causar confusão no eleitorado.

Nas campanhas não há santos nem demônios, mas humanos desejosos de conservar o seu “pirão” ou conseguir “pirão”. Candidatos que desejam subir nas falhas do outro, por isso é importante revelar o sábio princípio bíblico:  Porque vês o argueiro que está no olho do adversário, porém não reparas na trave que está no teu próprio” (Mt 7.3).

Campanha deveria ser oportunidade de revelar sobriedade e propostas de trabalho, saúde pública, saneamento, transporte, educação e segurança.  São esses assuntos que interessam o eleitor. Porém os temas mais debatidos nestas eleições estão fora do domínio político, como (liberalização de droga, aborto, ideologia de gênero, controle de indivíduos, e das mídias, liberdade de expressão religiosa, feminismo, desarmamento, homossexualidade, erotização infantil, doutrinação escolar, etc.). Temas dessa natureza, importantes sim, mas é de fórum familiar. É na família que se aprende princípios de moralidade, ética e religiosidade.

O país precisa de um governo conciliador, que mesmo no calor do debate não revele seu instinto animal, que tenha equilíbrio emocional. Os debates não revelaram um candidato com perfil conciliador, pacificador, unificador, apto para governar 215 milhões de vidas humanas nos próximos anos.

Sabe-se que não vive no Brasil um regime teocrático, e isso é bom. No regime teocrático, a comunidade judaica, tinha um governo escolhido por Deus. E tinha como princípio de obediência absoluta a Deus, monogâmico, não multiplicava para si muita prata, seguia os princípios da Tora e a lia diariamente, também, não amante do vinho ou bebida forte. Estes princípios foram elaborados para os governos de Israel, mas que serve de parâmetro para os governos de todas as nações, especialmente as que se dizem cristã.

Como cristãos, praticantes ou não, somos orientados por princípios a votar em candidatos que mais se aproximam de valores cristãos, já que não existe candidato perfeito. Quais os valores que um cristão deve defender? Um cristão deve defender o direito à vida, repúdio às drogas ilícitas, justiça igual para todos os cidadãos, família, sexualidade e casamento como ordenado pela natureza, educação infantil segundo os princípios judaico-cristão e respeito a todos os credos.

Propaga-se um discurso, que se determinado partido chegar ao poder as igrejas cristãs desaparecerão. Não é verdade, a igreja subsistirá em qualquer regime político, como subsistiu no império romano e nos países fechados ao cristianismo e, diga-se de passagem, que nos países em que os cristãos são perseguidos, a densidade aumenta geometricamente, com cristãos comprometidos com a fé. Se o cristianismo necessitar de sustentação política, somos de todos os mais miseráveis!

O Senhor Jesus garantiu que “as portas do inferno não prevalecerão”. O cristianismo não precisa de palanques eleitoreiros. Por isso, meu irmão, vote e volte vivo consciente, seja qual for a sua orientação política.

Não temas, porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles”. (2Rs. 6.16b).

jcm

 

  

  

 

          

terça-feira, 16 de agosto de 2022

Eu & Outro

 


Em geral, lidamos melhor com o “eu” do que com o “outro”. Afinal, tendemos a ter familiaridade conosco e com o que é nosso. Mas em nossa sociedade não vivemos sem o olhar do outro, que é quem traz um pedaço de nós que pode nos parecer estranho, porque parte de um ponto de vista diferente.

Quando olhamos para o outro, lidamos com algo que está fora de nós. Tendemos a utilizar o nosso referencial para entendê-lo e julgá-lo, mas dificilmente conseguiremos compreendê-lo se não deixarmos um pouco de lado o nosso ponto de vista, ou seja, nosso referencial, e se não buscarmos entender o outro a partir do ponto de vista dele.

A palavra alteridade significa aquilo que é do outro, o que é diferente, distinto, em relação a mim. Aceitar a alteridade significa aceitar o outro como ele é, ou seja, aceitar que as pessoas podem pensar de um jeito diferente, se vestir de um jeito diferente ou mesmo ter uma religião diferente da nossa sem que isso nos perturbe.

A Antropologia é uma das diversas Ciências Humanas que significa literalmente, a “ciência do ser humano”.  Seu objeto de estudo é a experiência humana na totalidade, incluindo aspectos sociais, linguísticos, históricos e culturais. Por colocar frente a frente diversas culturas e analisar a forma como cada uma entende o mundo e se relaciona com ele, a Antropologia pode ser considerada uma “ciência da alteridade”. Tradicionalmente, o estudo de grupos indígenas é feito por antropólogos.  

           A palavra alteridade caminha lado a lado com a palavra identidade, que significa aquilo que é característico de uma pessoa ou de um grupo de pessoas. A identidade, portanto, pode ser individual ou coletiva.

           Uma vez que existe grande diversidade cultural, social, econômica, etc., no mundo, aceitar a alteridade é assumir uma atitude filosófica, pois abre espaço para ao diálogo e contribui para o respeito da liberdade de cada um. A rejeição da alteridade é um dos fatores que podem dar origem ao etnocentrismo, ou seja, a uma forma de entendimento do mundo que considera um grupo superior aos outros e que quem está fora desse grupo deveria ter o mesmo comportamento ou os mesmos valores. Essa visão contraria o respeito à liberdade e à autonomia de cada um no convívio coletivo e a compreensão do que é o ser humano.

           O texto abaixo foi extraído de O conto da ilha desconhecida, livro do escritor português José Saramago (1922-2010) publicado em 1997, que narra a história de um homem que gostaria de fazer uma viagem rumo a uma ilha desconhecida, e para isso pede ajuda ao rei, que lhe dá um barco. No primeiro trecho, o homem conversa com o rei no palácio. No trecho seguinte, já no cais do porto, ocorre um diálogo entre o homem e sua amiga, que pergunta o que fazer, uma vez que ele ainda não tem tripulação.

         [...] E tu para que queres um barco, pode-se saber, foi o que o rei de facto perguntou quando finalmente se deu por instalado, com sofrível comodidade, na cadeira da mulher da limpeza, Para ir à procura da ilha desconhecida, respondeu o homem, Que ilha desconhecida, perguntou o rei disfarçando  o riso, como se tivesse na sua frente um louco varrido, dos que têm a mania das navegações, a quem não seria bom contrariar logo de entrada, A ilha desconhecida, repetiu o homem, Disparate, já não há ilhas desconhecidas, Quem foi que te disse, rei, que já não há ilhas desconhecidas, Estão todas nos mapas, Nos mapas só estão as ilhas conhecidas, E que ilha desconhecida é essa de que queres ir à procura, Se eu to pudesse dizer, então não seria desconhecida, A quem ouviste falar dela, perguntou o rei, agora mais sério, A ninguém, Nesse caso, porque teimas em dizer que ela existe, Simplesmente porque é impossível que não exista uma ilha desconhecida [...]

          Que pensas fazer, se te falta a tripulação, Ainda não sei, Podíamos ficar a viver aqui, eu oferecia-me para lavar os barcos que vêm à doca e tu, E eu, Tens com certeza um mester, um ofício, uma profissão, como agora se diz, Tenho, tive, terei se for preciso, mas quero encontrar a ilha desconhecida, quero saber quem sou eu quando nela estiver, Não o sabes, Se não sais de ti, não chega a saber quem és [...] é necessário sair da ilha para ver a ilha. SARAMAGO, José. O conto da ilha desconhecida.

(Texto transcrito – Manual de Filosofia)   

 

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

As estrelas caírão do firmamento (Mc 13.25a)

 


             Na madrugada do último dia 03/08, por volta das 5h09, viu-se um grande clarão nos céus nas cidades de São Paulo e Minas Gerais. Vários moradores testemunharam o fato.

             Curioso é que as sagradas Escrituras, há dois mil anos relatam a possibilidade deste fenômeno, que acompanhará um dos maiores eventos que sobrevirão sobre a terra: o retorno do Messias, predita pelo próprio.

“...voltarei e os levarei comigo para que onde eu estiver vocês estejam também.” (Jo 14.3b).

Também pelo profeta Daniel quando na Babilônia por volta do ano 530 a.C. aos 90 anos de idade disse:

Na mesma visão que tive naquela noite, vi um ser parecido com um homem, que vinha entre as nuvens do céu...” Dn 7.13a.

             O contexto deste acontecimento na visão profética ocorrerá em seguida à tribulação liderada pelo anticristo, o escurecimento do sol e da lua (Mt 24.29). Na sequência, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados.

O que virá a seguir? Aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem que será visto por todos! Nesse momento seguirá também um misto de lamento e glorificação. Lamento por parte daqueles que voluntariamente ignoraram às advertências proféticas; e expressão de glória por parte daqueles que testemunham as esperanças aguardadas.

             Os anjos com grande som de trombeta, que abafará os lamentos, reunirão os escolhidos do Eterno, dos quatro cantos do planeta e estarão para sempre com o Senhor!

             Portanto, os acontecimentos do último 03/08/2022, trazem a lembrança que algo semelhante está reservado para o futuro próximo, e que ninguém seja pego de surpresa! (Mt 24. 33-42)

jcm

 

domingo, 31 de julho de 2022

Essência de eternidade

 

“Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido.” (1Cor 13.12).

Esclarecimento: O objeto espelho, diferente do conhecido hoje, era feito de metal o que refletia as imagens com pouca nitidez. Face a face, revela a clareza e objetividade que teremos da eternidade (1Jo 3.2). Conheço em parte, revela a limitação do nosso conhecimento acerca da vida celestial no presente.

Com é a vida na outra dimensão?

1.      é um tipo de comunidade (... Façamos o homem... Gn 1.26), entre tantas interpretações, traz a ideia de coletividade, uma decisão plural.

Em Dt 6.4 temos a confissão de fé, a declaração doutrinária de Israel chamada Shemá (“Ouve”) - Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR.”

A palavra hebraica aqui empregada para “único” (‘ehadh), significa uma unidade composta e, portanto, não exclui o conceito cristão de Trindade de Pessoas dentro daquela unidade, ou seja, coletividade.

A palavra hebraica que expressa unidade absoluta é yahidh, e nunca é usada para expressar a unidade da Deidade, SHEDD, sbb, 1997.

2.      Interação - existe uma interação entre os seres físicos e metafísicos. Este Ser Vivo, sempre visitou a terra “... SENHOR Deus, andava no jardim pela viração do dia...” interagindo com Adão e Eva (Gn 3.8).

3.      Comunicação - a carta de Paulo aos Efésios 3.10 reafirma a realidade dessa comunicação. O Ser Vivo (Deus), comunica aos outros seres vivos (anjos) sobre as dificuldades que o seu povo (igreja) enfrenta aqui na terra. Assim fica claro que na outra dimensão, a vida é comunitária, inteligente e de qualidade.

4.      Eles continuam vivos! Deus declarou: Eu Sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó. Ele não é Deus de mortos e sim de vivos!  Para Deus todos vivem (Mt 22.32; Lc 20.38)

Como vivem os que partem para lá?

Os que partem, deixam o tempo e o espaço, e passam a viver o absoluto. A existência é um eterno presente. Se para nós que vivemos no Khrónos, (tempo calculado), faz aproximadamente 6.000 anos que Adão e Eva morreram. Para eles, que vivem o Kairós, tempo medido pela qualidade, memorável, eterno, ou Aíôn, (Tempo sagrado, eterno, cíclico e imensurável, o ontem, hoje ou amanhã, são as mesmas coisas.

Os que partem recebem o bem-vindo do Eterno “Vinde, benditos do meu Pai! Entrai...” (Mt 25.34). “São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (Ap 7.14). Entram em uma qualidade vida onde não há lágrima, morte, dor, porque as primeiras coisas já passaram (Ap.21.4). Onde não haverá mais necessidade de oração pois “antes que clamem, eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei.”  (Is 65.24).

Algo notável deve ser observado, pois os que partem voltam. Na segunda vinda o Mestre trará, em sua companhia para a terra os que partiram (1Ts 4.14). “Mortos” e vivos se encontrarão nos ares com corpos glorificados (Ap. 20.4), reinarão com Cristo durante mil ano. Todos os salvos, (mártires e não mártires) compartilharão da eternidade! Oh glória!!!!

jcm

 

quarta-feira, 20 de julho de 2022

Revolta contra cristãos, é revolta contra Cristo (Apostasia)

 

                Quando Saulo em direção à Damasco, para prender cristãos, foi surpreendido no caminho por Cristo que o indagou:” ... Saulo, Saulo, por que me persegues?” E acrescentou: “... Eu sou Jesus, a quem tu persegues”.

             Esta realidade é progressiva, profética e necessária. As Escrituras chamam de apostasia, isto é, revolta crescente contra Deus e tudo que se relaciona com a divindade.

             Os cristãos de Tessalônica, cidade portuária grega no golfo Termaico do mar Egeu, estavam incomodados com a demora do retorno de Cristo, conforme prometido.

             Para equacionar essa incerteza, Paulo responde (2Ts 2.1-6): “o retorno de Cristo não acontecerá, sem que antes venha a apostasia, ou seja, revolta contra Deus, rebelião generalizada contra todos os valores defendidos pela cultura judaico-cristão e na sequência o aparecimento do homem da iniquidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto...”.

             Esta oposição é percebida em todos os continentes, igrejas cristãs destruídas, cruzes quebradas, cristãos martirizados, líderes religiosos processados em pleno século XXI.

             A transformação que ocorre no comportamento humano é de caráter profético. Mudanças de moralidade e costume são irreversíveis e progressivas até a revelação do homem da iniquidade

             O mundo se prepara para o estabelecimento de um domínio global, sob a perspectiva do liberalismo, relativismo e materialismo que avançam em todos os continentes.

Na américa do sul, poucos países fazem resistência a esse avanço; a Europa praticamente dominada; no continente asiático alguns países declaram abertamente seu ateísmo, proíbem formas de celebrações de caráter religioso.

             O homem da iniquidade vai chegar ao poder através de um sistema político e com um discurso transformador, que será acolhido e propagado por agentes de transformações.

O homem da iniquidade será um tipo de “salvador da pátria”. Por isso, primeiro, o mundo deve ser levado para um caos social, político e econômico e então ele aparecerá com projeto inovador, que será prontamente aceito pela comunidade global.

Dentro de pouco tempo o caos se transformará em paraíso, e ele será aclamado como “messias”, todos lhe renderão louvores.

             O livro do profeta Daniel (11.37), traz uma indicação do perfil do homem da iniquidade. Possivelmente terá ascendência judaica, será ateu e extremamente poderoso, ou seja, um Ninrode moderno. O único deus que reconhecerá será o poder e a força militar.

             O homem da iniquidade desenvolverá uma política de aliança com várias nações, incluindo Israel. Após um período, quebrará esse acordo e imporá uma ditadura global violenta. Acabará com todo sistema de adoração religiosa, destruirá todo símbolo sagrado e forçará o mundo a render-lhe adoração. Isto é chamado de “o abominável da desolação”, (Mt 24.15; Ap 13).

             Sabendo de antemão, entende-se que as medidas apresentadas pelas organizações, são apenas paliativas, o que está determinado vai acontecer, seja nos próximos anos ou milênios, não importa. “... até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra” (Mt. 5.18).  

jcm

terça-feira, 19 de julho de 2022

DUAS ESPADAS

 

No Evangelho de Lucas, 22.36, o Senhor Jesus declara: “... e quem não tiver espada, venda o manto para comprar uma.”

O papa Bonifácio VIII (1302 d.C.) assinou sua bula Unam Sandum, que afirma que a igreja tem pleno direito divino de exercer os dois poderes (material e espiritual) fundamentado sobre esta passagem.

Porém o que o contexto realmente quer dizer é que de agora em diante uma nova época começa sobre novas condições: separação do Mestre e hostilidades do mundo.

O Senhor Jesus não está ordenando arregimentar um exército e nem comprar espadas para luta, mas assinalar um novo período que segue à crucificação.

O uso da força e poder material, mesmo para a extensão do Reino é contrário ao ensino de Cristo (Mt 5.9s, 22.38ss, etc.).

A expansão do Reino de Deus nunca foi encorajada pela luta armada, mas oração, contribuição e entrega pessoal. No verso 40, ele ordena aos discípulos: “... Orai, para que não entreis em tentação”.

Percebe-se que quando os discípulos revelam que teem duas espadas, Jesus diz basta, para indicar que o sentido da declaração é metafórico.

Jesus ensina também, que a partir da sua partida, os discípulos devem ser responsáveis em prover o sustento, verso 36 diz: “Agora, porém, quem tem bolsa, tome-a, como também o alforje; e quem não tem espada, venda a sua capa e compre uma”.

Porque o combate será decisivo, os discípulos devem estar preparados para enfrentá-lo. Enquanto estavam na companhia do Mestre, nada faltou (Lc 10. 4-7). Agora, porém a situação muda, é hora de luta, simbolizada pela expressão “espada”.

Cada um deve prover o seu próprio sustento e enfrentar as lutas espirituais, que impedem o estabelecimento do Reino, na força e no poder do Espírito Santo!

Orar, contribuir e ir!

jcm

 

segunda-feira, 18 de julho de 2022

Penélope & Malala

 

           Vimos nas últimas aulas que, muitas vezes, o silêncio pode ser percebido de um jeito positivo, como uma forma de dar sentido ao mundo que nos cerca e às relações. Dessa maneira, o silêncio nos ajuda a entender melhor o mundo e as pessoas e a lidar melhor com eles.

             O silêncio, contudo, também pode ter significados negativos. Às vezes, ele é resultado da falta do que dizer, que pode ser fruto da ignorância ou do nervosismo. No senso comum existe uma expressão muitas vezes utilizada, que é Quem cala consente”. Ou seja, quando não dizemos nada, quando não contestamos a fala do outro, permitimos a ele que faça o que quiser.

             O silêncio pode ser egoísta ou confortável: não dizemos nada para evitar o esforço de elaborar o que dizer ou para afastar as possíveis consequências do que está sendo dito.

             O silêncio também pode ser violento: podemos ser obrigados a nos calar. A censura é um silêncio imposto. Na Odisseia, poema do século IX a.C. descrito pelo grego Homero, uma das histórias mais antigas de que se tem notícia, há um episódio de censura ou imposição do silêncio. O poema conta a história do guerreiro grego Ulisses (ou Odisseu) em sua viagem de volta à Grécia após a guerra de Tróia para encontrar sua amada Penélope. Mas é também a história do jovem Telêmaco, filho de Penélope e Ulisses, que sai em viagem em busca de seu pai.

             No início do poema, Telêmaco recebe amigo em uma festa no palácio onde vive com sua mãe, e um bardo – como se chamavam os criadores de versos que animavam as festas – começa a cantar as dificuldades que os guerreiros gregos teem em voltar para casa. Penélope, perturbada pela canção, sai de seus aposentos e pede ao bardo que cante uma música menos triste. O jovem Telêmaco intervém, dizendo: “- Mãe! Volte para seus aposentos, continue a costurar, volte para o tear e roca. Quem dá as ordens são os homens e eu sou o homem nessa casa”. Ela obedeceu.

             Nessa história, escrita por volta de 3 mil anos atrás, percebe-se como a voz da mulher não é ouvida e seu direito à fala é negado por uma voz considerada socialmente mais poderosa.

             Um caso recente e violento de tentativa de silenciamento é o da ativista Malala Yousafzai (1997-). Malala nasceu no Paquistão, onde as meninas estavam sendo proibidas de frequentar a escola. Inconformada, passou a escrever em um blog denuncias desse estado de coisas e começou a sofrer ameaças.

             Em 2012, Malala foi baleada na cabeça por apoiadores do regime no governo. Ela sobreviveu ao atentado e se tornou uma conhecida militante do direito à educação em todo o mundo. Em 2014, ela ganhou o prêmio Nobel da Paz.

Dorigo, Gianpaolo

Ensino Fundamental, anos finais.

domingo, 17 de julho de 2022

Não estou sozinho no Universo

 


             A Nasa criou uma organização denominada Seti, Search for Extraterrestrial Intelligence, para identificar a existência de vidas em outros planetas.

Enquanto a organização aguarda um zap cósmico, o simples leitor das Escrituras já concluiu que não está sozinho no Universo. Ezequiel 1.5 fala de seres viventes que saiam da nuvem, definindo-os como querubins (10.1), que revelam a glória de Deus.

             A carta aos cristãos de Éfeso (3.10), revela que o Eterno informa os poderes e autoridades das regiões celestes o que acontece aqui na terra com a Sua igreja. Mais à frente, (6.12), fala da luta cósmica contra os dominadores deste mundo de trevas, forças espirituais do mal nas regiões celestiais.

O texto fala sobre a luta permanente entre as forças espirituais. Portanto, não apenas existem outras vidas no Universo, como também algumas delas são perversas. Esses seres perversos trabalham contra igreja de Cristo aqui na terra. Por isso os conflitos entre membros da igreja; pastores e membros; pastores e pastores; cônjuges etc.

             Quem os criou? As Escrituras revelam que foi o Eterno, “Pois Nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos e soberanias, poderes e autoridades; todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele” (Col 1.16).

             O conflito cósmico envolveu Miguel e seus anjos contra o dragão, alcançou a terra e o mar. Um grito de “Ai” soou no universo: o dragão desceu cheio de ira contra seus habitantes! Isto justifica tanto conflito no planeta terra. Nem todos os seres vivente que ocupam o Universo são do bem. Muitos são do mal. O conflito cósmico que começou na eternidade está presente aqui e a luta continua!

             Qualquer pessoa, consegue identificar e sentir o efeito desse conflito cósmico em todos os níveis da sociedade humana.

jcm

 

 

 

 

O princípio de autoridade é divino, mas a escolha é humana

 


As eleições se aproximam e a mobilização dos candidatos também. Com rara exceção, são personagens conhecidas que parecem que o único aprendizado da vida foi fazer política e transferir aos herdeiros.

Os discursos de “mudanças” assumem versões atualizadas, mas a essência é a mesma. Um autor desconhecido acentuou: nada muda, se você não mudar. Então lembre-se de ser diferente em outubro”.

Uma geração nova, cheia de sonhos, está sendo arregimentada para as eleições, embora sábia e inteligente, desconhece o tabuleiro político.

Ó momento exige reflexão e ação profundas, especialmente da geração que se vai. Qual a herança política que deixará para a nova geração. Sabe-se que os acontecimentos são escatológicos, “é necessário que isso aconteça”, disse o Mestre de Belém. Porém se pode procrastinisar os acontecimentos que devem vir sobre a terra, oferecendo oportunidade de arrependimento.

O lado bom da democracia, embora criticada, é que existem opções, e devem ser analisadas com frieza e sem paixão, pois a paixão cega o entendimento e gera violência.

O cenário atual revela uma liderança polarizada e líderes confusos. O senso bom, parece ter abandonado a consciência dos que deviam criar um clima de paz e segurança. A recomendação do Mestre de Belém é de que os que chamam pelo Seu nome, devem ser pacificadores.

A verdadeira política tem conotações e recomendações divinas para os que se apresentam para o ofício. Recomendações contextualizadas, presentes na Torá, conforme Deuteronômio 17.14-20.

O homem ou mulher que escolherem para ser “eleito”, deve ser indicado por Deus, o SENHOR. [...]

O eleito não deverá ter muitos cavalos e não deve ser “polígamo” nem ajuntar para si muita riqueza.

Quando começar governar, deve ter como livro de cabeceira, a Bíblia, e deve lê-la todos os dias para que aprenda temer o SENHOR, nosso Deus e obedecer a seus mandamentos.

Se fizer isso, ele não irá pensar que é mais do os outros e cumprirá fielmente toda a Constituição. Assim governará muitos anos e seus descendentes o sucederão.”

jcm

 

            

 

sábado, 16 de julho de 2022

Igreja & Política

 

O presente texto busca refletir sobre o tema: Igreja e Política, um hiato dolorido. De acordo com o pequeno dicionário brasileiro, a expressão hiato tem dois sentidos. Um anatômico e outro gramático. É claro que no título do livro descreve o sentido gramático, ou seja, quando duas vogais estão juntas, porém em silabas vizinhas. O hiato diferencia – se de um ditongo e de um tritongo pelo fato de ser constituído por duas vogais e, consequentemente, ser pronunciado em vários esforços de voz. Da mesma forma religião e política que por algum tempo andaram de mãos dadas, somente após o iluminismo com o foco voltado para a razão acentuou essa dissociação de sentidos que já tinha ocorrido no Renascimento (séc. XV – XVI) com a figura e o pensamento político de Maquiavel. Houve uma ruptura brusca com a política clássica, dando espaço à política moderna. A política de Maquiavel abandona todo o princípio de bondade, felicidade, moralidade, religiosidade presentes no pensamento platônico, aristotélico e agostiniano.  

O texto busca fazer uma síntese da Política e Igreja dentro de uma visão filosófica da era clássica, passando pela moderna e contemporânea na vida e comportamento da atividade política e religiosa, focando nos movimentos Pluralistas, Fundamentalistas, Progressistas e Tradicionalistas presentes no ambiente político.

O advento do iluminismo foi o principal responsável para separar política da religião. Alguns pensadores construíram frases que justificaram essa separação:

Religião aliada à política é uma arma perfeita para escravizar ignorantes” (Júlio Cesar de Melo); “Política e religião não se misturam; uma coisa é ter fé em Deus, outra é acreditar no homem. O homem é corruptível; Deus não!” (Júlio Pattuzzo).

Por outro lado, há pensadores que advogaram uma participação direta da religião e religiosos na política partidária. “Somente os tolos acreditam que política e religião não se discutem. Por isso os ladrões continuam no poder e os falsos profetas continuam a pregar” (Alexandre Boarro). Não sei quem copiou de quem, mas Charles Haddon Spurgeon, pregador Batista inglês, muito influente no protestantismo reformado e na política do seu tempo, também conhecido como o “Príncipe dos Pregadores” fez semelhante afirmação, alterando somente a concordância: “Só os tolos acreditam que política e religião não se discutem. Por isso os ladrões continuam no poder e os falsos profetas continuam a pregar.”  “Querer separar a religião da política é uma loucura tão grande ou maior do que a de querer separar a economia da política.” (Miguel Unamuno).

As frases do segundo grupo sustentam a importância do tema escolhido e inspiram homens e mulheres comprometidos com a fé, justiça e equidade a se apresentarem para tal tarefa. Claro, se tiver vocação política. Fazendo uma paródia de uma frase do grande pastor Rubens Lopes: “Políticos que faltam e políticos que fazem falta.” Precisa-se preencher a lacuna dos políticos que faltam e substituir os que cometem faltas.

 

domingo, 20 de fevereiro de 2022

Setenta Semanas de Daniel - Dn 9. 24 - 27

 


O nome Daniel significa, Deus é meu juiz. Foi levado para a Babilônia em 605 a.C., ainda na adolescência. Seu livro foi escrito em língua hebraica (1.1-24; 8.1- 12.13); aramaica (2.4 – 7.28). Livro dividido em duas partes: Histórica e profética.

Daniel era um homem de oração. Seu livro registra pelo menos dois momentos cruciais que ele se põe de joelhos, 2.17-23, ora por conhecimento; 9.3-19, intercede pelos judeus, seu povo e nessa oração recebe a revelação das setenta semanas.

Uma das mais importantes revelações proféticas do AT, mas também a mais divergente em termos de interpretação. Uns creem que as semanas representam tempo sem fim, outros que são semanas de anos.

Os que aceitam que são semanas de anos fundamentam – se na narrativa mosaica registrada em Levíticos 25. 1 – 22; 2Cr 36. 19 – 21. A principal interpretação, reconhece que as setenta semanas se referem a anos, ou seja, 490 anos, cada semana sendo um período de sete anos (Lv 25.1-22 e 2Cr 36.19-21).

As setenta semanas começam com a ordem para restaurar Jerusalém (v.25), que conforme Ne 2. 1-6, saiu no vigésimo ano do rei Artaxerxes (445 a. C).

1º. período – sete semanas (49 anos);

2º período – sessenta e duas semanas (434 anos);

3º período – uma semana (7 anos).

1º período – ordem para restaurar e edificar Jerusalém 7 semanas (49 anos). A ordem está registrada em Ne 2.

Quem deu a ordem? Rei Artaxerxes;

Para quem foi dada a ordem? Para Neemias;

Quando foi dada a ordem? 14/03/445 a. C. Artaxerxes, rei Medo-Persa. (2.1) vigésimo ano do rei Artaxerxes (445 a. C.) deu ordem para Neemias retornar e reconstruir Jerusalém. O programa de reconstrução durou 49 anos (sete semanas). A reconstrução terminou em 396 a. C. [396 + 49 = 445].

2º período – 62 semanas (434 anos), “... depois das sessenta e duas semanas, o Ungido será morto. 483 anos foi o período entre a construção dos muros e da cidade de Jerusalém até a morte de Cristo (o Ungido).

O senhor Robert Anderson escreveu: O período corresponde exatamente 69 semanas (14 de março, 445 a. C. – 6 de abril de 32). [69 semanas x 7 = 483 anos. (SHELTON, 1985)

Entre a sexagésima nona semana e a septuagésima, situa-se o período da Igreja, também chamada de período da graça.

3º período – uma semana (7 anos), também conhecida como a septuagésima semana de Daniel. (Período do reino do anticristo). O Senhor revela a Daniel que: “... Ele, o anticristo, fará aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares, sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele.” (9. 27).

O governo do Anticristo e a septuaginta semana iniciarão com a assinatura da aliança com muitos, incluindo Israel. Aqui surge uma outra pergunta: a igreja passará pela Grande Tribulação, ou estará no céu? Alguns defendem que muito antes da assinatura do acordo de paz, a igreja será tirada, outros que ela passará pela tribulação.

Sobre o Anticristo, três perguntas se levantam:

1. De onde ele virá?

2. Quando aparecerá?

3. O que ele fará?

Para responder as perguntas precisa retomar o capítulo 2 de Daniel (o sonho de Nabucodonosor), VII-VI a.C., descreve a existência de quatro império e tem correlação com as visões registradas no capítulo sete, (Babilônia, Medo-Persa, Grécia e Roma).

O capítulo 7.7 revela que o quarto animal (império romano) tinha dez chifres (dez nações, (7.24) império romano restaurado – (Nova Ordem Mundial?).

Diante dos problemas que envolvem o mundo, há uma proposta dos líderes internacionais para a criação de uma Nova Ordem Mundial. NOM se refere ao surgimento de um governo mundial totalitário.

Na teoria das relações internacionais, a expressão NOM, tem sido utilizada para se referir mudança no pensamento político, social e econômico. Maior centralização de poder.

Das diversas interpretações deste termo, a expressão está principalmente associada ao conceito de governança global. Uma Nova Ordem Mundial facilitará o surgimento do anticristo.

As dez nações mais poderosas do mundo: Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, Alemanha, França, Japão, Israel, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

Estando eu a observar os chifres eis que entre eles subiu outro pequeno chifre, (décimo primeiro chifre) diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados....” (7.8). O pequeno chifre é o Anticristo, “o príncipe que há de vir” 9.26.

O décimo primeiro chifre, refere-se a um homem. Este homem recebe diferentes nomes: a. “o príncipe que há de vir” (9.26); “rei” (Dn 11.36); “homem do pecado” e “filho da perdição” (2Ts 2.3); “iníquo” (2Ts 2.8); “besta” (Ap 13.4) e “Anticristo” (1Jo 2.22).

Detalhes, será do gênero masculino; descendente de família religiosa, talvez descendente de judeus, mas não terá respeito ao Deus dos judeus (2Ts 2.4, Dn 7.25). Não tem respeito pelas mulheres (celibatário) (Dn 11.37)

Uma ideia que encontra suporte em Dn 7.8 sustenta que deverá sair da União Europeia (Império Romano restaurado), ou da NOM.

Quando aparecerá? 

Um texto que busca responder essa questão é 2Ts 2.6,7,8. O Anticristo só aparecerá quando for afastado aquele que agora o detém (v7).

O que é que impede o aparecimento do Anticristo e um período de grande apostasia e corrupção? (2Tm 3.1-9).

O que o detém. No grego está no gênero neutro. No verso 7 encontra a expressão aquele...detém” no masculino.

Está combinação de neutro e masculino levou os cristãos primitivos a verem nessa referência o império romano e seu imperador, porque aguardavam a manifestação do anticristo na sequência da queda do império romano.

Outros veem, que o detém, como a necessidade de cumprir a missão de pregar o evangelho a todo mundo. (Mt 24.14; 28.19,20; Mc 13.10; Ap 5.9-11; 7.9; 15.4, etc.). Nesse caso “aquele” seria talvez uma referência a Paulo (cf Rm 15.16-24) e os que seguem nos seus passos.

Outros interpretam aquele ... detém como uma referência ao Espírito Santo que será retirado por ocasião do arrebatamento da igreja, ou as constituições, pois o anticristo não respeitará leis.

Para cristãos contemporâneos, continua sendo um mistério. É alguma coisa (v.6), ou alguém (v.7) que “retém”, uma força, ou uma pessoa que impede a manifestação do anticristo que deve preceder a Vinda.

A alusão deveria ser compreensível aos destinatários da carta; para nós, no entanto, é um enigma apesar das numerosas explicações propostas.

O que o anticristo fará?

O profeta Daniel percebeu o discurso do “príncipe que há de vir”; (falava grandes coisas; falava grandiosamente; falava coisas arrogantes). Paulo afirma que (2Ts 2.9; Ap 13.4-6) ele agirá como Satanás, operando sinais e milagres falsos.

Fará um acordo de paz com muitos, incluindo Israel (Dn11.27). No meio da semana (42 meses ou 3 ½), corromperá o santuário, provavelmente o terceiro templo que será reconstruído em Jerusalém), então, começará uma perseguição assoladora contra os santos do Senhor. No final da semana Deus trará o julgamento e um reino de justiça será implantado.

O Anticristo será paralisado (gr katergese) com o sopro dos lábios do Senhor, Is 11.4; 2Ts 2.8; Dn 11.40-45)

Trindade Satânica

O projeto de Satanás era ser Deus, ou tomar o lugar de Deus, Is 14.12-17; Ez 28. 13-18). A primeira metade do seu governo será de paz e prosperidade, mas repentinamente será interrompida por destruição (1Ts 5.3).

Ele constituirá uma paródia da trindade divina. Ímpia. Satanás, anticristo e o falso profeta que chefiará a falsa religião e unirá o mundo ao redor do culto ao anticristo.

Satanás sempre desejou ser adorado com Deus; em Mt 4.9 prometeu dar os reinos do mundo e a glória deles (teologia da prosperidade) se Jesus o adorasse. O anticristo será próspero (Dn 11.36)

Aliás satanás já vem sendo adorado no mundo há muito tempo. Em 30/04/1966 o americano Anton Szander LaVey, sumo sacerdote da religião, fundou na cidade de São Francisco, California na Casa Negra a Igreja de Satanás que hoje tem milhões de seguidores no mundo (FRITSCHER. p. 27)

Uma das estratégias da Besta será colocar uma marca para identificar os seus seguidores e os que aceitarem sua autoridade. A marca será o seu nome, que nos é impossível interpretar com segurança. Diz que é um número de homem (Ap13.18), 666.

Por analogia, entende que o número sete no Hebraico significa perfeição absoluta e o número, seis imperfeição, portanto 666 é o cúmulo da imperfeição.

Apocalipse 13.1 descreve o perfil da besta (gr therion) “animal selvagem”, 11.7). Chifres simbolizam poder, e os diademas representam autoridade. A besta, que é o anticristo é dominada pelo dragão, satanás (v.4), que tinha em 12.3 sete cabeças e dez chifres.

Sua natureza é descrita na conjuntura das três feras de (Dn 7). 1. Leopardo, perigosamente malévolo; 2. Pés de urso, grande força; 3. Boca de leão, devora tudo; 4. Poder, trono e autoridade vindos da parte do Dragão. Tudo isto mostra como ele vai governar na grande tribulação Mt 24.15-31; 2Ts 2.1-12).

Um ponto importante na escatologia é o papel de Israel. Liderado pelo anticristo, uma confederação de nação tentará destruir Israel, reorganizada como Estado em 14 de maio de 1948, em cumprimento profético (Is 66.8; Ez 37. 11,12), depois de 2600 espalhada pelo mundo. Até hoje poucas nações reconhecem o Estado de Israel.

Israel será invadida durante o reino do anticristo, quando uma paz aparente resultará do acordo com o anticristo. Por isso, quando disserem há paz e segurança, eis que lhe sobrevirá repentina destruição... (1Ts 5.3). Porém, o Senhor lutará por Israel (Ez 38 18-23).

Em cumprimento profético dará espaço a última das batalhas que dará início ao reino milenar, a batalha de Armagedom (Ap 16.13-16).

A palavra Armagedom, é uma transliteração da palavra hebraica har megido, “a colina de Megido” que domina a planície de Jzereel (ou Esdralom). Este local foi palco das antigas e maiores batalhas de Israel.

No Armagedom ocorreram vários acontecimentos: derrota dos cananeus liderados por Jabim (Jz 4.2). Vitória de Gideão sobre os midianitas (Jz 7). Derrota do rei Saul (1Sm 31). Morte da rainha Jezabel (2Rs 9.33ss). Faraó Neco mata o piedoso rei Josias (2Rs 23.30).

O Armagedom simboliza a última luta escatológica entre o povo de Deus e as forças do Maligno (Sl 2.2 e 3; Is 5. 26-30; Jr 6.1-5; Ez 38.

A batalha do Armagedom será o cumprimento de Dn 2.34. A besta e o falso profeta lançados no lago de fogo Ap.19.20 e Satanás aprisionado por mil anos Ap. 20.2.

Após os mil anos, Satanás será liberto (Ap 20.7ss), reunirá um grande exército para a última peleja contra os santos, porém fogo do céu consumirá seu exército e ele será lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta. Serão atormentados, pelos séculos dos séculos.

Um novo céu e uma nova terra surgirão. Novo em qualidade e novo temporalmente (gr kainos) Ap 20.11. Contemplaremos um universo diferente, no qual não há necessidade de Sol, da lua e das estrelas 21.23. Nada impede que essa nova criação seja literal conforme Rom 8.19-22. Os remidos viverão eternamente sobre a terra redimida, perfeitamente adaptada à felicidade. Aleluia, Maranata!

 

 

 

segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

ÚLTIMOS DIAS

 

Últimos Dias

Textos: At 2.14 – 23; Joel 2.28-32.

Tempo: “E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos.”  (At 2.17)

Khrónos é tempo cronológico, o tempo físico, que pode ser medido, com um princípio e um fim. 

Kairós é um tempo indeterminado, é o tempo metafísico em que algo especial acontece, é o tempo marcado com um "antes" e um "depois".

“...assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor” (Ef 1.4).

“...para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia.” (2Pe 3.8)

Deus não marca o tempo segundo a medida dos homens:

Pois mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi e como a vigília da noite.” (90.4).

Aion, por sua vez, seria um tempo que incluiria um passado e futuro ilimitados. Tempo dos acontecimentos incorporais, tempo do sentido. Era o tempo sagrado e eterno, ciclo e imensurável

Os discípulos questionaram o Senhor Jesus acerca do tempo da sua vinda:

“...que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século? (Mt 24.3). 

O fato mais importante é a volta de Cristo.

O fim do mundo; a consumação do século:  

quando -

que sinal haverá (relativo a destruição de Jerusalém). Quanto à destruição de Jerusalém as recomendações estão nos vv 15 – 20.

(v. 15) o abominável da desolação – tem a ver com o que os romanos fizeram no templo quando tomado no ano 70 – ofereceram sacrifícios pagãos em Jerusalém ao proclamar Tito imperador. Contrário a ordem de Tito, o templo foi totalmente destruído, cumprindo o relato profético (Mt 24.2).

No ano 170 o rei Antíoco Epifânio erigiu um altar a Zeus no lugar do altar consagrado a YHWH (1 Macabeus 1.54-59; 6.7; 2 Macabeus 6. 1-5).

(v.16) fujam para os montes - os cristãos judeus se refugiaram em Pela, na região de Decápolis.

(v. 20) não se dê no inverno nem no sábado – o inverno, frio; a Lei proibia viajar mais de um quilômetro no sábado.  

A volta de Cristo marca o fim dos governos dos homens e cumpre (Dn 2.34-35).

Antes da volta de Cristo aparecerão,

enganadores (24.4,5);

falsos cristos,

guerras,

fome e terremoto,

tribulações,

falsos profetas,

multiplicação da iniquidade,

esfriamento do amor a Deus

Todos estes sinais apenas criam o ambiente para a manifestação do grande sinal, a pregação do evangelho até os confins do mundo (v. 14; Mt 28. 18-20). Então virá o fim.

Estatística desanimadora

Em 2000 anos apenas 60% da população de quase 7,8 bilhões (2021) ouviu o evangelho.

40% (3.2 bilhões de pessoas) da população mundial ainda não ouviu de Jesus – segundo relatório da Aliança para os Não Alcançados/abril 2018

Mais de três bilhões de pessoas estão distantes da oportunidade de aprender sobre o Evangelho onde moram.

Na Ásia 60% da população desconhece o Evangelho.

No Brasil dos 309 grupos étnicos, 29 ainda não foram alcançados. (118 mil pessoas).

Outro problema é o analfabetismo, distribui-se Bíblia, porém o povo não sabe ler. Em muitos lugares a alfabetização é inferior a 30%.

Voltemos aos sinais

falsos cristos,

 

Sun Myung Moon (1920-2012), mais conhecido como Reverendo Moon, fundador da Igreja da Unificação. Ensinava ser o Messias e a Segunda Vinda de Cristo, cumprindo a missão inacabada pelo Jesus bíblico. Os membros da Igreja da Unificação ainda consideram Sun Myung Moon e sua esposa, Hak Ja Han, os Verdadeiros Pais da humanidade, Adão e Eva restaurados à sua plenitude.

 

Inri Cristo (1948 -), um astrólogo brasileiro que afirma desde 1969 ser o segundo Jesus reencarnado. Vive em Brasília, considerado por ele e seus discípulos como a “Nova Jerusalém” mencionada no Apocalipse.

 

 

Guerras,

 

1ª Guerra Mundial (1914-1918); 2ª Guerra Mundial (1939-1945); se compararmos em termos de mortos, vive-se a terceira guerra mundial, passa de 4,5 milhões. (14.800 p/dia) (Guerra biológica)

 

A violência parece fazer parte do DNA humano. Poucos foram os períodos de paz em algumas regiões do planeta:

 

1.    O período mais longo de paz foi registrado na Antártida. (Continente gelado).

2.    A civilização minoica floresceu em Creta 3.000 a.C – 1100 a.C passou 1.500 anos sem trava nenhuma guerra. Causa: existência de poderosa esquadra marinha, nenhuma ousava desafiar a outra.

3.    Na Europa em partes da Asia e da África entre 100 d.C.  - 200 d.C., foi um momento de paz mundial devido o poderio das legiões romanas.

 

Fome 

 

A fome atinge 811 milhões de pessoas no mundo

(O relatório “O Estado da Insegurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI, na sigla em inglês) 2021”, divulgado nesta segunda-feira (12) pela ...)

 

Terremoto – diariamente o noticiário informam sobre terremotos, furacão, enchentes.

Multiplicação da iniquidade, 2 Tm 3. 1-9

 

Esfriamento do amor a Deus – Lc 18.8

Desigrejados – O censo de 2021 registrou 20 milhões de desigrejados

cansados de igreja,

desinstitucionalizações,

evangélico não praticante,  

O que tem afastado as pessoas das igrejas?

·        Pandemia

·        Escândalos (Pedofilia entre sacerdotes)

·        Escândalos financeiros

Conclusão: tudo indica simplesmente os princípios das dores para que finalmente levante o anticristo. (Perfil  do anticristo)