terça-feira, 19 de julho de 2011

UM Fenômeno Corporal E NÃO ESPIRITUAL
(uma reflexão sobre o cair no espírito)

Pr. Jurandir Marques

Textos: Efésios 4. 1-16; 1 Cor. 14.33.

É uma prática que perdeu a sua ênfase anos atrás, mas que agora volta. Nas reuniões praticadas pelo nascente grupo Templo dos Levitas, em Tangará da Serra,  MT, alguns batistas, saudosos dos encontros que reuniam centenas de irmãos, lá voltaram e encontraram uma realidade diferente. O acampamento não é mais “aquele”! Houve práticas que alguns estranharam e que outros se assustaram. Solicitaram meu ponto de vista.

Este comportamento recebe os mais variados nomes, tais como: desmaio no espírito, prostração, arrebatamento.  Segundo alguns observadores, trata-se da terceira onda. A primeira foi o surgimento do pentecostalismo clássico e a segunda o neopentecostalismo. Começou em Toronto, no Movimento da Vinha, liderada por John Wimber. Nas reuniões, além do desmaio, ocorria o que denominavam de “gargalhada santa” e havia imitação de animais como expressão de comunhão. O fato ocorreu nas décadas de 80 e 90.

Os que defendem esta prática justificam como sendo um instrumento para salvação de almas que, atraídas pela curiosidade, acabam se decidindo ao lado de Jesus.

Em nosso meio mais provoca confusão que salvação, e também produz igrejas divididas, famílias divididas, etc.

O primeiro ponto é o fato de considerarem experiências acima da autoridade bíblica e quase incorporá-la ao nível de doutrina, adjetivando que os que não caem estão resistindo à ação do Espírito. Porém existe uma grande diferença entre experiência e doutrina. Doutrina não muda. Experiência é temporal, vem e vai deixando atrás rastro de confusão e interrogações.

Experiência, seja ela de quem for, jamais deve merecer o mesmo valor que se dá à doutrina. Experiência é mais produto pessoal, emocional, psíquico. Experiência não tem o mesmo valor que as revelações bíblicas registradas nas Sagradas Escrituras.

A. W. Tozer disse: “... se um arcanjo... oferecer-me alguma verdade nova, eu lhe pediria referência [bíblica].”

                A Bíblia é a única referência em termos de valores espirituais. Porém um fato curioso é que hoje vive uma geração analfabeta de Bíblia. À semelhança do Cantor Cristão que alguns rotulam de “preto velho”, a Bíblia, para esta geração, é também “preta velha”, não faz mais sentido. O importante são as experiências dos profetas contemporâneos

Há onze relatos de casos semelhantes, mas não iguais nas Escrituras. Em todas elas há uma distância muito grande do que acontece hoje em algumas igrejas. A experiência narrada pelo profeta Daniel 10.9 é um exemplo. Diante da visão celestial, que tinha uma força impressionante, Daniel prostrou-se com o rosto em terra. Na experiência contemporânea as pessoas caem para trás. Não é entranho? Não houve mediação humana e ninguém para amparar Daniel em sua queda. Deus foi glorificado!!!

Os que voltaram do retiro acentuavam a pessoa que produziu a performance e não Deus.

Ezequiel assemelha-se a Daniel na experiência. Caiu também prostrado com o rosto em terra, em atitude de adoração, (Ez 1.28; 3.23). Porém outros homens bíblicos tiveram a mesma experiência e não caíram. Se fosse uma norma ou prática a ser seguida, outros certamente cairiam, o que não ocorreu com Isaías (Is 6) e com a igreja primitiva reunida em Jerusalém diante do fato histórico mais surpreendente após a ascensão do Senhor Jesus: a  inauguração do ministério do Espírito Santo. Atos 2.2 diz que todos estavam sentados quando o fato ocorreu. Ninguém caiu!!!!

Paulo caiu diante do impacto da visitação do Senhor (At 9.4). Não ficou imóvel. No momento comunicou-se com Deus e recebeu instruções que transformaram a sua vida radicalmente. Um fato que se observa com muitos que reiteradamente tem essa experiência é que pouca coisa ou quase nada muda em sua vida. Não se transformam em fiéis dizimistas, cumpridores de suas obrigações, melhores esposos (as); melhores filhos (as), amantes da obra missionária, dedicados ao serviço do Senhor. A vida continua a mesma. Fato dessa natureza deveria provocar transformações eternas e não provoca. Em toda reunião a pessoa está caindo e nunca fica de pé para obedecer ao Senhor.  

Diante da presença de Jesus, homens caíram inclusive um pseudodiscípulo (Jo 18.6). Era um grupo formado de pecadores que foram prender o Senhor. Caíram e mesmo assim não confessaram seus pecados.

Como legítimos representantes de Deus, quando crentes caírem por terra, devem glorificar o nome do Senhor. E não exaltar como superespiritual o mediador ou o paletó do mediador.

Toda experiência tem que ter base bíblica. Cair não pode ser visto como plenitude do Espírito Santo e nem como uma vida consagrada de quem cai ou de quem derruba.  Diante de cada prostração deve-se investigar a procedência; se glorificou a Deus ou o homem; como foi provocada; se prejudicou a boa ordem da adoração. Interrompeu a adoração?

Toda experiência de prostração na Bíblia se deu em razão da adoração e temor diante da glória do Senhor  (Ap 5.14). Experiência não deve ser elevada a mesma categoria de doutrina.

Helping who are in depression
My dear and loved. We are so sorry for you are facing this situation. A week ago we wrote a paper on depression to encourage some brothers and sisters to overcome it. We hope to be faithfully in translation it
We know how the medicine is important, however we know too that God’s help is so good!!
Depression is similar a war between our emotional’s side and spiritual’s side. It is a big war.
The emotional’s weapons are:
a)   Lies about himself. For example: “I have no value; there is no reason for my life; I have been in sin; I can’t be forgiven”
b)   Lies about God: “There is no God; God doesn’t mind with me”
c)   Lies about temporal realities: I can’t be happy for while”
The spiritual’s weapons are:
a)   “I can do everything through him who gives me strength” (Php 4.13).
b)   You must challenge the depression. The depression says: “give up!, surrender!! You must say: no!, never!! Go away depression in the name of Jesus of Nazareth!!! You must fight against her. You never be in the corner licking yours wounds. With God’s help you’ll overcome it. Halleluiah!!
c)   Remember, you must have hope. When you kill the hope, you kill the future and all the happiness of the present.
d)   Wait upon the Lord is important. “Wait for the Lord; be strong and take heart and wait for the Lord”. (Ps 27.14).
e)   Remember, you must have someone always in your side to encourage you. This someone is our Holy Spirit. Jesus said: I’ll be with you always.

Let’s pray together.

Dear Lord bless my friend, your son. Help him to overcome everything that must be coming over him. Keep him strongly in your presence, and cure him in the name of my dear Jesus of Nazareth. Amem!!!
Jurandir Marques

sábado, 16 de julho de 2011


...não tinha teto, não tinha nada.

Essa noite, eu tive um sonho de sonhador, sonhei com uma igreja esquisita. Ela não tinha muros, piso, púlpito, bancos ou aparelhagem de som. A igreja era só as pessoas. E as pessoas não tinham títulos ou cargos, ninguém era chamado de líder, pois a igreja tinha só um líder, o Messias. Ninguém era chamado de mestre, pois todos eram membros da mesma família e tinham só um Mestre. Tampouco alguém era chamado de pastor, apóstolo, bispo, diácono ou Irmão. Todos eram conhecidos pelos nomes, Maria, Pedro, Afonso, Julia, Ricardo...

Todos os que criam pensavam e sentiam do mesmo modo. Não que não houvesse ênfases diferentes, pois Paulo dizia: “Vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem das obras, para que ninguém se glorie”, enquanto Tiago dizia: “A pessoa é aceita por Deus por meio das suas obras e não somente pela fé”. Mas, mesmo assim, havia amor, entendimento e compreensão entre as pessoas e suas muitas ênfases.

Não havia teólogos nem cursos bíblicos, nem era necessário que ninguém ensinasse, pois o Espírito ensinava a todos e cada um compartilhava o que aprendia com o restante. E foi dessa forma que o Agenor, advogado, aprendeu mais sobre amor e perdão com Dinorá, faxineira.

Não havia gente rica em meio a igreja, pois ninguém possuía nada. Todos repartiam uns com os outros as coisas que estavam em seu poder de acordo com os recursos e necessidades de cada um. Assim, César que era empresário, não gastava consigo e com sua família mais do que Coutinho, ajudante de pedreiro. Assim todos viviam, trabalhavam e cresciam, estando constantemente ligados pelo vínculo do amor, que era o maior valor que tinham entre eles.

Quando eu perguntei sobre o horário de culto, Marcelo não soube me responder e disse que o culto não começava nem acabava. Deus era constantemente cultuado nas vidas de cada membro da igreja. Mas ele me disse que a igreja normalmente se reunia esporadicamente, pelo menos uma vez por semana em que a maioria podia estar presente. Normalmente era um churrasco feito no sítio do Horácio e da Paula, mas no sábado em que eu participei, foi uma macarronada com frango na casa da Filomena. As pessoas iam chegando e todos comiam e bebiam o suficiente.

Depois de todos satisfeitos, Paulo, bem desafinado, começou a cantar uma canção. Era um samba que falava de sua alegria de estar vivo e de sua gratidão a Deus. Maurício acompanhou no cavaquinho e todos cantaram juntos. Afonso quis orar agradecendo a Deus e orou. Patrícia e Bela compartilharam suas interpretações sobre um trecho do evangelho que estavam lendo juntas. Depois foi a vez de Sueli puxar uma canção. Era um bolero triste, falando das saudades que sentia do marido que havia falecido há pouco tempo. Todos cantaram e choraram com ela. Dessa vez foi Tiago que orou. Outras canções, orações, hinos e palavras foram ditas e todas para edificação da igreja.

Quando o sol estava se pondo, Filomena trouxe um enorme pão italiano e um tonelzinho com um vinho que a família dela produzia. O ápice da reunião havia chegado, pela primeira vez o silêncio tomou conta do lugar. Todos partiram o pão, encheram os copos de vinho e os olhos de lágrimas. Alguns abraçados, outros encurvados, todos beberam e comeram em memória de Cristo.

Acordei com um padre da Inquisição batendo à minha porta. Junto dele estavam pastores, bispos, policiais, presidentes, ditadores, homens ricos e um mandado de busca. Disseram que houvera uma denúncia e que havia indícios de que eu era parte de um complô anarquista para acabar com a religião. Acusaram-me de freqüentar uma igreja sem líderes, doutrina ou hierarquia; me ameaçaram e falaram: “Ninguém vai nos derrubar!”. Expliquei: “Vocês estão enganados, não fui a lugar nenhum, não encontrei ninguém ou participei de nada... aquela é apenas a igreja dos meus sonhos”.


A depressão


Quais as manifestações típicas de uma pessoa deprimida?
Será que depressão é sinal de falta de fé?
Características da depressão
Profunda tristeza, desinteresse, sensação de vazio interior, falta de apetite, perturbações de sono, cansaço, autopiedade, falta de motivação, incapacidade de tomar decisões, falta de alvos ou objetivos, medo, ira. A ira pode manifestar de forma quente (explosiva), como fria (ressentimento, rejeição, culpar os outros).
A tristeza e a autopiedade, podem ser formas de encobrir a ira.
Todos nós experimentamos alguns destes sinais que não chegam ser depressão.
Porém, quando vários destes sintomas persistirem, o médico deve ser consultado.
O tratamento médico não deve ser a única alternativa porque pode levar o paciente à dependência de antidepressivo para o resto da vida.
Dinâmica da depressão.
Ela funciona um pouco como uma espiral descendente em que a pessoa vai perdendo controle sobre seus pensamentos, que se torna cada vez mais autônoma. E à medida que os pensamentos parecem controlar a mente, também a sua atitude vai ficando cada vez mais passiva. A pessoa entra em um vazio, deixa de “fazer”.
Desenvolve o (self talk), falar para si próprio. Analisa uma situação e faz um julgamento que, para ela, passa a ser “realidade”. Acumula pensamento negativo que transforma em barreira para a comunicação. Mesmo que seja encorajada sempre ela tem um “mas....”, que não permite que sua visão negativa seja alterada.
Depressão – guerra emocional e espiritual
Uma das armas dessa guerra são as mentiras em que a pessoa pouco a pouco começa a acreditar.
a)  Mentiras a cerca de si própria: não tenho valor; não tenho razão para viver; alguns erros que cometi são demasiadamente graves para serem perdoados.
b)  Mentiras a cerca de Deus. Deus não existe. Se existe não importa comigo. Deus não ajuda.
c)  Mentiras que focam em realidades temporais, no aqui e agora: Não posso ser feliz se não tiver agora o que preciso.
Paradoxos da depressão.
A pessoa pode desejar os outros, desejar o seu amor, mas empenha em afastá-los. Estar sozinho pode-se tornar aterrador e o abandono ser um medo constante. Não há certezas de nada. Deseja algo e, ao mesmo tempo, teme conseguir isso. (E se esse desejo for satisfeito e a dor e o desespero continuarem?).
Depressão como forma de autopunição inconsciente
A pessoa pode achar que por algo errado que fez, perdeu para sempre o direito de ser feliz e inconsciente não querer mudar.
Vantagens aparentes da depressão
Pode ser “confortável” porque a pessoa já a conhece. Não há nada de novo. Elimina a necessidade de fazer escolhas. Para o deprimido, a escolha, a tomada de decisões, é sempre um risco a evitar a qualquer custo. Mas não fazer nada já é uma escolha. Viver significa escolher, e escolher significa correr risco de cometer erros e aceitar o risco de ser culpada desses erros. Tem um grande poder em dominar relacionamentos, tornando-se o centro das atenções e o foco das preocupações dos outros.
Dialogando com a depressão.
A pessoa deprimida com muita raridade desafia ou põe em questão seus pensamentos. A depressão diz: Renda-se. Desista. A pessoa deprimida precisa aprender a dialogar com a depressão, a lutar contra ela em vez de apenas ouvir o que ela diz. Precisa aprender e praticar, a ver as coisas pela perspectiva de Deus. Aprender a expulsar as mentiras que foram alojando na sua mente. “Saia em nome de Jesus de Nazaré!!”
A pessoa deprimida, mesmo no meio do maior sofrimento, tem uma escolha a fazer: ficar no seu canto lambendo as feridas ou com ajuda de Deus lutar contra elas.
Para iniciar este percurso é preciso esperança. A esperança é companheira constante da perseverança. Esperança é uma escolha. Ter esperança é arriscado. Quando se tenta matar a esperança, mata-se o futuro e as alegrias do presente.
A pessoa deprimida deve ser encorajada a lembrar que perseverar é muito mais do que Deus manda; é algo que Ele faz, aleluia!! É uma capacidade que se treina, desenvolve, e que só é relevante nas dificuldades.
Ajudando o deprimido
O trabalho com a pessoa deprimida tem que ser prático. A deprimida precisa ter sua estrutura fortalecida. Na sua mente tudo se tornou como que um imenso pântano, onde tudo é vago e lodoso; onde as únicas certezas são as falsas “realidades” negativas e destrutivas que ela foi deixando alojar na sua mente.
A deprimida precisa deixar de simplesmente “estar”, para começar a “fazer” e a ter limites, linhas de orientação, planos organizados.
Ajudá-la a quebrar a espiral descendente em que se encontra. Ajudar a abandonar os padrões negativos de pensamento e comportamento e substituir por escolhas conscientes.
Jurandir Marques
Teólogo cristão e professor do IPES
pas_jurandir@hotmail.com