sábado, 31 de outubro de 2020

“Estai vós de sobreaviso; tudo vos tenho predito”. (Marcos 13.23)

 

Estar de sobreaviso significa, estar de plantão, aguardando a qualquer momento a realização do acontecimento predito.

Nas declarações apocalípticas de Cristo as advertências é para permanecer em um estado de vigilância permanente. (Mt 24; Lucas 21; Mc 13).

Em Mateus 24, os discípulos formularam três perguntas ao Senhor Jesus Cristo: (1) Quando sucederão estas coisas? (2) Que sinal haverá da tua vinda? (3) Quando será o fim do mundo?

As primeiras duas perguntas relacionam-se também com a destruição de Jerusalém, ocorrida no ano 70. Instruções são dadas sobre o comportamento dos cristãos judeus frente ao acontecimento.

Quanto a volta de Jesus, informações claras e objetivas são dadas: aparecerão enganadores, falsos cristos, guerras, fome e terremotos, tribulações, falsos profetas, multiplicação da iniquidade, esfriamento do amor a Deus. Todos estes sinais estão nas páginas dos jornais do mundo inteiro atualmente.

Eles criam o ambiente para a manifestação do grande sinal, a pregação do evangelho até os confins do mundo (v 14; 28.18-20). Então virá o fim. Isto não significa que o mundo se tornará cristão, mas que o mundo deverá ouvir o testemunho do evangelho.

jcm

terça-feira, 27 de outubro de 2020

TERIA RENÉ, LIDO NIETZSCHE?

 

O conceito de sociedade líquida que caracteriza a modernidade, chegou ao arraial teológico.

Conceito desenvolvido pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman e diz respeito a uma nova época em que as relações sociais, econômicas e de produções são frágeis, fugazes e maleáveis como os líquidos.

Tudo flui, nada é permanente é o antigo conceito que já ocupava a mente de filósofo pré-socrático do porte de Heráclito que afirmou: “tudo flui, pois não nos banhamos duas vezes no mesmo rio”.

Ao deparar com afirmações de que a Bíblia precisa ser “atualizada”, para se adaptar à contemporaneidade, os ossos de Charles Haddon Spurgeon, se é que ainda existem, tremeram na fria tumba em Londres.

Sempre se acreditou na declaração petrina “...seca-se a erva, e cai a sua flor; a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente.”

Na leitura de teólogos contemporâneos está declaração parece ser apenas uma figura de retórica.

Vive-se uma realidade nietzscheana que abandonou a verdade e criou sua própria verdade; abandonou a razão de René Descartes e acolheu o pensamento dos sofistas em que a verdade é relativa e histórica.

Nietzsche afirmou que o conhecimento verdadeiro é histórico, isto é, produzido por seres humanos, nada tendo de transcendental.

Nietzsche também propôs, no lugar do homem conceitual, o homem intuitivo, não mais aprisionado pelo conceito de verdade, mas criador das suas próprias verdades.

Assim, hoje a crença deixa de ser uma adequação aos valores bíblicos, mas uma criação. Os pensamentos de Nietzsche foram retomados pelo francês Michel Foucault e agora pelo brasileiro Ed René Kivitz.

Ao aceitar que a verdade bíblica tem caráter histórico, isto é, muda com o tempo, corre-se o tremendo risco de aceitar o relativismo, ou seja, todo conhecimento é válido, fruto de determinadas condições e estas variam.

O risco que se enfrenta diante de tais afirmações é a impossibilidade de obter uma certeza absoluta do Cânon bíblico. Ou seja, a partir dessa leitura proposta pelo teólogo René, nada pode ser considerado verdadeiro ou falso. Nesse sentido aproxima-se do ceticismo.

jcm