As Escrituras
com seu registro milenal trazem severas advertências sobre o ecossistema. O
Eterno criou um Jardim no Éden, ou Jardim de Deus, na direção do Oriente [Gn
2.8]. Éden é uma palavra hebraica que significa “delícia” [Is 51.3, Ez 31. 8 –
9]. Alguns relacionam com um termo assírio ‘edinu’ que significa planície ou
estepe.
Diz-se que o
Eterno plantou de árvores esse local. Deste lugar saía um rio de cristalinas
águas que regava o paraíso, o qual dali se dividia em quatro canais chamados
Pisom, Giom, Tigre e Eufrates. Destes, o Eufrates é o mais conhecido. O Pisom
fazia contorno com todo o país Havilá, onde nasce ouro, o Giom torneia o país
da Etiópia.
Quatro teorias
procuram determinar a posição exata do Éden. (1). O daqueles que, identificando
os quatro rios ainda existentes, não podem encontrar a posição geográfica de um
rio que se divide em quatro. O local investigado é a Armênia. As nascentes do
Tigre e Eufrates estão lá. O Pisom ou é o Fasis, na Pérsia atual, ou Hur,
grande tributário dos Araxes. O Giom dizem ser o Araxes, cujo nome árabe é ‘Gaihum
er-Ras’. Objeções a essa teoria: (a) dificuldade de descobrir o rio donde procedem
os quatro; (b) ausência de provas de que a terra de Etiópia ou Cuse, se
estendia até àquela região; (c) o Havilá, registrado por Moisés, não está na
Armênia. Portanto, o Jardim devia estar situado entre o Nilo e a Índia, ou entre
a Índia e o Oxus. O país de Havilá é identificado em local indiano, onde existe
ouro, e a Etiópia ou Cuse, no planalto central da Ásia. O Giom, o rio da
Etiópia ou Cuse, é pois, ou o Nilo chamado pelos etíopes ‘Gewon ou Geyon’, ou o
Oxus. A identificação do Giom com o Nilo vem dos tempos de Josefo.
(2). As teorias
que procuram determinar a exata posição geográfica, contrária a descrição
bíblica, e identificar, não só os quatro rios, como o outro rio donde eles
procedem. Calvino observa que o Tigre e o Eufrates, corriam juntos, formando um
só rio, durante pequeno curso, que depois se abria, entrando no golfo Pérsico,
por duas embocaduras; e que o território banhado pelas duas correntes unidas,
era o lugar do Éden. Há razões para crer que este ponto era antigamente o leito
golfo Pérsico.
Frederich
Delitzch pensa que o rio do Éden é o Eufrates. Correndo em plano superior ao
Tigre, a superabundância de suas águas, corria pelas planícies estratificadas
do norte de Babilônia, abrindo caminho para lançar-se no Tigre. Está região,
tão abundantemente regada, devia ser fertilíssima. Sabia-se que os antigos
babilônios consideravam está região como sendo o jardim do deus Duniás.
Um dos
descendentes de Cuse pai de Ninrode, governou nas planícies da Babilônia, [Gn
10.8-10]. Diante destas informações percebe que o ecossistema era maravilhoso.
Deve-se lembrar também que neste ambiente fértil e próspero o Eterno colocou
sua criatura com a seguinte ordem: “cultivar e guardar” [Gn 2.15]. O trabalho
longe de ser um castigo foi imposto ao ser humano como uma atividade que
permite cumprir as responsabilidades na manutenção e desenvolvimento do
universo. O trabalho era algo agradável, somente após o pecado da desobediência
adquiriu características de esforço penoso [Gn 3. 17-19].
Durante o tempo
que os primeiros pais permaneceram em estado de obediência, o planeta desfrutou
de excelente conservação. Mesmo no período da peregrinação havia exortação para
proteger as árvores, “... não destruirás o seu arvoredo...” [Dt 20. 19-20].
Diante da
constante destruição do ecossistema, ainda no primeiro Século, as Escrituras
registram que a natureza geme, “Porque sabemos que toda criação, a um só tempo,
geme e suporta angústia até agora...” [Rm 8.22]. Ao término de cada estágio da
criação o Eterno atribuía a si nota máxima com elogio pela perfeição, “Viu Deus
que tudo quanto fizera, e eis que era muito bom...” [Gn 1. 31]. A criação
divina era excelente. O adjetivo bom revela que o que Deus fez não é apenas
belo, mas também moralmente correto, agradável e útil. Esta ideia contradiz os
mitos pagãos que falam de um mundo criado por deuses caprichosos ou de um
universo que existe sem propósito algum ou tem, inclusive, um caráter maligno.
Quando o homem
perdeu a visão de guardador da natureza recebida, adquiriu a visão de explorador
e destruidor. A destruição da natureza não começou com a Revolução Industrial
do Século XVIII, ela apenas acentuou com a visão utilitarista a exploração da
natureza. O homem perdendo a visão da sua responsabilidade de conservação,
assumiu a visão da destruição em busca de um bem estar egoísta. A natureza
humana é insaciável. A ordem econômica mundial decretou a destruição do planeta
o que levou Max Weber afirmar em seu livro A ética protestante e o espírito do
capitalismo (1905): “até que a última tonelada de combustível tiver sido gasta”.
A natureza
caminha para seu inexorável destino, destruição. Porém há esperança. O mundo transformará
do caos em ordem, da violência em paz. Esse novo amanhã é a grande esperança
dos cristãos.
Paulo em sua
carta aos cristãos de Roma afirmou que os sofrimentos do tempo presente não
podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós. A ardente expectativa
da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. As Escrituras explicam que
há filhos e criaturas. Não são faces da mesma moeda. Há uma tremenda diferença
em ser filho e ser criatura. Todos são criaturas de Deus porque foram criadas
por Ele. Ser criatura independe da vontade decisiva. Porém tornar-se filho é
algo opcional. João em seu evangelho revela as condições para se tornar filhos
de Deus: “Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos
filhos de Deus, a saber, os que creem no seu nome” [Jo 1.12]. Ninguém nasce
filho de Deus. Nem mesmo através do batismo se torna filho de Deus. A filiação
se limita aos que creem e recebem a Cristo.
A partir da queda
a criação tornou-se sujeita à vaidade, isto é, perdeu a sua verdadeira finalidade
foi condenada ao fracasso. Por isso, sistema algum, seja político, social ou econômico
poderá restaurar essa criação. A queda não foi causada por um fenômeno natural,
mas sobrenatural. Portanto, só poderá ser resgatada de forma sobrenatural.
O mundo que
agora existe dominado pelos soberbos e perversos, caminha para extinção através
do fogo que emana de Cristo no dia da sua vinda [Ml 4.1]. Naquele grandioso dia
os céus que agora existem passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se
desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas.
Estas declarações informam que o nosso sistema solar será destruído pelo fogo [2Pe
2.10]. O mundo antigo foi destruído pelas águas do dilúvio, o presente será destruído
pelo fogo. Portanto procede o aquecimento global.
Mas para os que
temem e obedecem ao Senhor, para os filhos, nascerá o sol da justiça, trazendo
salvação nas suas asas; saireis e saltareis como bezerros soltos na estrebaria.
(jcm)