domingo, 31 de julho de 2022

Essência de eternidade

 

“Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido.” (1Cor 13.12).

Esclarecimento: O objeto espelho, diferente do conhecido hoje, era feito de metal o que refletia as imagens com pouca nitidez. Face a face, revela a clareza e objetividade que teremos da eternidade (1Jo 3.2). Conheço em parte, revela a limitação do nosso conhecimento acerca da vida celestial no presente.

Com é a vida na outra dimensão?

1.      é um tipo de comunidade (... Façamos o homem... Gn 1.26), entre tantas interpretações, traz a ideia de coletividade, uma decisão plural.

Em Dt 6.4 temos a confissão de fé, a declaração doutrinária de Israel chamada Shemá (“Ouve”) - Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR.”

A palavra hebraica aqui empregada para “único” (‘ehadh), significa uma unidade composta e, portanto, não exclui o conceito cristão de Trindade de Pessoas dentro daquela unidade, ou seja, coletividade.

A palavra hebraica que expressa unidade absoluta é yahidh, e nunca é usada para expressar a unidade da Deidade, SHEDD, sbb, 1997.

2.      Interação - existe uma interação entre os seres físicos e metafísicos. Este Ser Vivo, sempre visitou a terra “... SENHOR Deus, andava no jardim pela viração do dia...” interagindo com Adão e Eva (Gn 3.8).

3.      Comunicação - a carta de Paulo aos Efésios 3.10 reafirma a realidade dessa comunicação. O Ser Vivo (Deus), comunica aos outros seres vivos (anjos) sobre as dificuldades que o seu povo (igreja) enfrenta aqui na terra. Assim fica claro que na outra dimensão, a vida é comunitária, inteligente e de qualidade.

4.      Eles continuam vivos! Deus declarou: Eu Sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó. Ele não é Deus de mortos e sim de vivos!  Para Deus todos vivem (Mt 22.32; Lc 20.38)

Como vivem os que partem para lá?

Os que partem, deixam o tempo e o espaço, e passam a viver o absoluto. A existência é um eterno presente. Se para nós que vivemos no Khrónos, (tempo calculado), faz aproximadamente 6.000 anos que Adão e Eva morreram. Para eles, que vivem o Kairós, tempo medido pela qualidade, memorável, eterno, ou Aíôn, (Tempo sagrado, eterno, cíclico e imensurável, o ontem, hoje ou amanhã, são as mesmas coisas.

Os que partem recebem o bem-vindo do Eterno “Vinde, benditos do meu Pai! Entrai...” (Mt 25.34). “São estes os que vêm da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (Ap 7.14). Entram em uma qualidade vida onde não há lágrima, morte, dor, porque as primeiras coisas já passaram (Ap.21.4). Onde não haverá mais necessidade de oração pois “antes que clamem, eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei.”  (Is 65.24).

Algo notável deve ser observado, pois os que partem voltam. Na segunda vinda o Mestre trará, em sua companhia para a terra os que partiram (1Ts 4.14). “Mortos” e vivos se encontrarão nos ares com corpos glorificados (Ap. 20.4), reinarão com Cristo durante mil ano. Todos os salvos, (mártires e não mártires) compartilharão da eternidade! Oh glória!!!!

jcm

 

quarta-feira, 20 de julho de 2022

Revolta contra cristãos, é revolta contra Cristo (Apostasia)

 

                Quando Saulo em direção à Damasco, para prender cristãos, foi surpreendido no caminho por Cristo que o indagou:” ... Saulo, Saulo, por que me persegues?” E acrescentou: “... Eu sou Jesus, a quem tu persegues”.

             Esta realidade é progressiva, profética e necessária. As Escrituras chamam de apostasia, isto é, revolta crescente contra Deus e tudo que se relaciona com a divindade.

             Os cristãos de Tessalônica, cidade portuária grega no golfo Termaico do mar Egeu, estavam incomodados com a demora do retorno de Cristo, conforme prometido.

             Para equacionar essa incerteza, Paulo responde (2Ts 2.1-6): “o retorno de Cristo não acontecerá, sem que antes venha a apostasia, ou seja, revolta contra Deus, rebelião generalizada contra todos os valores defendidos pela cultura judaico-cristão e na sequência o aparecimento do homem da iniquidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto...”.

             Esta oposição é percebida em todos os continentes, igrejas cristãs destruídas, cruzes quebradas, cristãos martirizados, líderes religiosos processados em pleno século XXI.

             A transformação que ocorre no comportamento humano é de caráter profético. Mudanças de moralidade e costume são irreversíveis e progressivas até a revelação do homem da iniquidade

             O mundo se prepara para o estabelecimento de um domínio global, sob a perspectiva do liberalismo, relativismo e materialismo que avançam em todos os continentes.

Na américa do sul, poucos países fazem resistência a esse avanço; a Europa praticamente dominada; no continente asiático alguns países declaram abertamente seu ateísmo, proíbem formas de celebrações de caráter religioso.

             O homem da iniquidade vai chegar ao poder através de um sistema político e com um discurso transformador, que será acolhido e propagado por agentes de transformações.

O homem da iniquidade será um tipo de “salvador da pátria”. Por isso, primeiro, o mundo deve ser levado para um caos social, político e econômico e então ele aparecerá com projeto inovador, que será prontamente aceito pela comunidade global.

Dentro de pouco tempo o caos se transformará em paraíso, e ele será aclamado como “messias”, todos lhe renderão louvores.

             O livro do profeta Daniel (11.37), traz uma indicação do perfil do homem da iniquidade. Possivelmente terá ascendência judaica, será ateu e extremamente poderoso, ou seja, um Ninrode moderno. O único deus que reconhecerá será o poder e a força militar.

             O homem da iniquidade desenvolverá uma política de aliança com várias nações, incluindo Israel. Após um período, quebrará esse acordo e imporá uma ditadura global violenta. Acabará com todo sistema de adoração religiosa, destruirá todo símbolo sagrado e forçará o mundo a render-lhe adoração. Isto é chamado de “o abominável da desolação”, (Mt 24.15; Ap 13).

             Sabendo de antemão, entende-se que as medidas apresentadas pelas organizações, são apenas paliativas, o que está determinado vai acontecer, seja nos próximos anos ou milênios, não importa. “... até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra” (Mt. 5.18).  

jcm

terça-feira, 19 de julho de 2022

DUAS ESPADAS

 

No Evangelho de Lucas, 22.36, o Senhor Jesus declara: “... e quem não tiver espada, venda o manto para comprar uma.”

O papa Bonifácio VIII (1302 d.C.) assinou sua bula Unam Sandum, que afirma que a igreja tem pleno direito divino de exercer os dois poderes (material e espiritual) fundamentado sobre esta passagem.

Porém o que o contexto realmente quer dizer é que de agora em diante uma nova época começa sobre novas condições: separação do Mestre e hostilidades do mundo.

O Senhor Jesus não está ordenando arregimentar um exército e nem comprar espadas para luta, mas assinalar um novo período que segue à crucificação.

O uso da força e poder material, mesmo para a extensão do Reino é contrário ao ensino de Cristo (Mt 5.9s, 22.38ss, etc.).

A expansão do Reino de Deus nunca foi encorajada pela luta armada, mas oração, contribuição e entrega pessoal. No verso 40, ele ordena aos discípulos: “... Orai, para que não entreis em tentação”.

Percebe-se que quando os discípulos revelam que teem duas espadas, Jesus diz basta, para indicar que o sentido da declaração é metafórico.

Jesus ensina também, que a partir da sua partida, os discípulos devem ser responsáveis em prover o sustento, verso 36 diz: “Agora, porém, quem tem bolsa, tome-a, como também o alforje; e quem não tem espada, venda a sua capa e compre uma”.

Porque o combate será decisivo, os discípulos devem estar preparados para enfrentá-lo. Enquanto estavam na companhia do Mestre, nada faltou (Lc 10. 4-7). Agora, porém a situação muda, é hora de luta, simbolizada pela expressão “espada”.

Cada um deve prover o seu próprio sustento e enfrentar as lutas espirituais, que impedem o estabelecimento do Reino, na força e no poder do Espírito Santo!

Orar, contribuir e ir!

jcm

 

segunda-feira, 18 de julho de 2022

Penélope & Malala

 

           Vimos nas últimas aulas que, muitas vezes, o silêncio pode ser percebido de um jeito positivo, como uma forma de dar sentido ao mundo que nos cerca e às relações. Dessa maneira, o silêncio nos ajuda a entender melhor o mundo e as pessoas e a lidar melhor com eles.

             O silêncio, contudo, também pode ter significados negativos. Às vezes, ele é resultado da falta do que dizer, que pode ser fruto da ignorância ou do nervosismo. No senso comum existe uma expressão muitas vezes utilizada, que é Quem cala consente”. Ou seja, quando não dizemos nada, quando não contestamos a fala do outro, permitimos a ele que faça o que quiser.

             O silêncio pode ser egoísta ou confortável: não dizemos nada para evitar o esforço de elaborar o que dizer ou para afastar as possíveis consequências do que está sendo dito.

             O silêncio também pode ser violento: podemos ser obrigados a nos calar. A censura é um silêncio imposto. Na Odisseia, poema do século IX a.C. descrito pelo grego Homero, uma das histórias mais antigas de que se tem notícia, há um episódio de censura ou imposição do silêncio. O poema conta a história do guerreiro grego Ulisses (ou Odisseu) em sua viagem de volta à Grécia após a guerra de Tróia para encontrar sua amada Penélope. Mas é também a história do jovem Telêmaco, filho de Penélope e Ulisses, que sai em viagem em busca de seu pai.

             No início do poema, Telêmaco recebe amigo em uma festa no palácio onde vive com sua mãe, e um bardo – como se chamavam os criadores de versos que animavam as festas – começa a cantar as dificuldades que os guerreiros gregos teem em voltar para casa. Penélope, perturbada pela canção, sai de seus aposentos e pede ao bardo que cante uma música menos triste. O jovem Telêmaco intervém, dizendo: “- Mãe! Volte para seus aposentos, continue a costurar, volte para o tear e roca. Quem dá as ordens são os homens e eu sou o homem nessa casa”. Ela obedeceu.

             Nessa história, escrita por volta de 3 mil anos atrás, percebe-se como a voz da mulher não é ouvida e seu direito à fala é negado por uma voz considerada socialmente mais poderosa.

             Um caso recente e violento de tentativa de silenciamento é o da ativista Malala Yousafzai (1997-). Malala nasceu no Paquistão, onde as meninas estavam sendo proibidas de frequentar a escola. Inconformada, passou a escrever em um blog denuncias desse estado de coisas e começou a sofrer ameaças.

             Em 2012, Malala foi baleada na cabeça por apoiadores do regime no governo. Ela sobreviveu ao atentado e se tornou uma conhecida militante do direito à educação em todo o mundo. Em 2014, ela ganhou o prêmio Nobel da Paz.

Dorigo, Gianpaolo

Ensino Fundamental, anos finais.

domingo, 17 de julho de 2022

Não estou sozinho no Universo

 


             A Nasa criou uma organização denominada Seti, Search for Extraterrestrial Intelligence, para identificar a existência de vidas em outros planetas.

Enquanto a organização aguarda um zap cósmico, o simples leitor das Escrituras já concluiu que não está sozinho no Universo. Ezequiel 1.5 fala de seres viventes que saiam da nuvem, definindo-os como querubins (10.1), que revelam a glória de Deus.

             A carta aos cristãos de Éfeso (3.10), revela que o Eterno informa os poderes e autoridades das regiões celestes o que acontece aqui na terra com a Sua igreja. Mais à frente, (6.12), fala da luta cósmica contra os dominadores deste mundo de trevas, forças espirituais do mal nas regiões celestiais.

O texto fala sobre a luta permanente entre as forças espirituais. Portanto, não apenas existem outras vidas no Universo, como também algumas delas são perversas. Esses seres perversos trabalham contra igreja de Cristo aqui na terra. Por isso os conflitos entre membros da igreja; pastores e membros; pastores e pastores; cônjuges etc.

             Quem os criou? As Escrituras revelam que foi o Eterno, “Pois Nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos e soberanias, poderes e autoridades; todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele” (Col 1.16).

             O conflito cósmico envolveu Miguel e seus anjos contra o dragão, alcançou a terra e o mar. Um grito de “Ai” soou no universo: o dragão desceu cheio de ira contra seus habitantes! Isto justifica tanto conflito no planeta terra. Nem todos os seres vivente que ocupam o Universo são do bem. Muitos são do mal. O conflito cósmico que começou na eternidade está presente aqui e a luta continua!

             Qualquer pessoa, consegue identificar e sentir o efeito desse conflito cósmico em todos os níveis da sociedade humana.

jcm

 

 

 

 

O princípio de autoridade é divino, mas a escolha é humana

 


As eleições se aproximam e a mobilização dos candidatos também. Com rara exceção, são personagens conhecidas que parecem que o único aprendizado da vida foi fazer política e transferir aos herdeiros.

Os discursos de “mudanças” assumem versões atualizadas, mas a essência é a mesma. Um autor desconhecido acentuou: nada muda, se você não mudar. Então lembre-se de ser diferente em outubro”.

Uma geração nova, cheia de sonhos, está sendo arregimentada para as eleições, embora sábia e inteligente, desconhece o tabuleiro político.

Ó momento exige reflexão e ação profundas, especialmente da geração que se vai. Qual a herança política que deixará para a nova geração. Sabe-se que os acontecimentos são escatológicos, “é necessário que isso aconteça”, disse o Mestre de Belém. Porém se pode procrastinisar os acontecimentos que devem vir sobre a terra, oferecendo oportunidade de arrependimento.

O lado bom da democracia, embora criticada, é que existem opções, e devem ser analisadas com frieza e sem paixão, pois a paixão cega o entendimento e gera violência.

O cenário atual revela uma liderança polarizada e líderes confusos. O senso bom, parece ter abandonado a consciência dos que deviam criar um clima de paz e segurança. A recomendação do Mestre de Belém é de que os que chamam pelo Seu nome, devem ser pacificadores.

A verdadeira política tem conotações e recomendações divinas para os que se apresentam para o ofício. Recomendações contextualizadas, presentes na Torá, conforme Deuteronômio 17.14-20.

O homem ou mulher que escolherem para ser “eleito”, deve ser indicado por Deus, o SENHOR. [...]

O eleito não deverá ter muitos cavalos e não deve ser “polígamo” nem ajuntar para si muita riqueza.

Quando começar governar, deve ter como livro de cabeceira, a Bíblia, e deve lê-la todos os dias para que aprenda temer o SENHOR, nosso Deus e obedecer a seus mandamentos.

Se fizer isso, ele não irá pensar que é mais do os outros e cumprirá fielmente toda a Constituição. Assim governará muitos anos e seus descendentes o sucederão.”

jcm

 

            

 

sábado, 16 de julho de 2022

Igreja & Política

 

O presente texto busca refletir sobre o tema: Igreja e Política, um hiato dolorido. De acordo com o pequeno dicionário brasileiro, a expressão hiato tem dois sentidos. Um anatômico e outro gramático. É claro que no título do livro descreve o sentido gramático, ou seja, quando duas vogais estão juntas, porém em silabas vizinhas. O hiato diferencia – se de um ditongo e de um tritongo pelo fato de ser constituído por duas vogais e, consequentemente, ser pronunciado em vários esforços de voz. Da mesma forma religião e política que por algum tempo andaram de mãos dadas, somente após o iluminismo com o foco voltado para a razão acentuou essa dissociação de sentidos que já tinha ocorrido no Renascimento (séc. XV – XVI) com a figura e o pensamento político de Maquiavel. Houve uma ruptura brusca com a política clássica, dando espaço à política moderna. A política de Maquiavel abandona todo o princípio de bondade, felicidade, moralidade, religiosidade presentes no pensamento platônico, aristotélico e agostiniano.  

O texto busca fazer uma síntese da Política e Igreja dentro de uma visão filosófica da era clássica, passando pela moderna e contemporânea na vida e comportamento da atividade política e religiosa, focando nos movimentos Pluralistas, Fundamentalistas, Progressistas e Tradicionalistas presentes no ambiente político.

O advento do iluminismo foi o principal responsável para separar política da religião. Alguns pensadores construíram frases que justificaram essa separação:

Religião aliada à política é uma arma perfeita para escravizar ignorantes” (Júlio Cesar de Melo); “Política e religião não se misturam; uma coisa é ter fé em Deus, outra é acreditar no homem. O homem é corruptível; Deus não!” (Júlio Pattuzzo).

Por outro lado, há pensadores que advogaram uma participação direta da religião e religiosos na política partidária. “Somente os tolos acreditam que política e religião não se discutem. Por isso os ladrões continuam no poder e os falsos profetas continuam a pregar” (Alexandre Boarro). Não sei quem copiou de quem, mas Charles Haddon Spurgeon, pregador Batista inglês, muito influente no protestantismo reformado e na política do seu tempo, também conhecido como o “Príncipe dos Pregadores” fez semelhante afirmação, alterando somente a concordância: “Só os tolos acreditam que política e religião não se discutem. Por isso os ladrões continuam no poder e os falsos profetas continuam a pregar.”  “Querer separar a religião da política é uma loucura tão grande ou maior do que a de querer separar a economia da política.” (Miguel Unamuno).

As frases do segundo grupo sustentam a importância do tema escolhido e inspiram homens e mulheres comprometidos com a fé, justiça e equidade a se apresentarem para tal tarefa. Claro, se tiver vocação política. Fazendo uma paródia de uma frase do grande pastor Rubens Lopes: “Políticos que faltam e políticos que fazem falta.” Precisa-se preencher a lacuna dos políticos que faltam e substituir os que cometem faltas.