domingo, 24 de março de 2013

Reflexões Teológicas - Os doze


REFLEXÕES TEOLÓGICAS III
OS DOZE  
Os doze foram escolhidos a fim de que estivessem com Cristo e foram qualificados para agirem como testemunhas. Foram dotados de poder sobre os espíritos imundos e sobre as enfermidades. Foram instruídos a ensinarem todas as nações. Receberam autoridade para anunciarem a salvação somente no nome do Senhor Jesus.
Receberam também uma função mais específica, seriam juízes e governadores do povo de Deus (Mt 19.28; Lc 22.29,30), com poder de ligarem e desligarem (Mt 18.18), de perdoarem e reterem pecados (Jo 20.23).
Essa linguagem deu origem à concepção das chaves, tradicionalmente definidas, tanto na teologia medieval como na reformada, como (a) chave da doutrina, para ensinar qual a conduta é proibida e qual é permitida (esse é o sentido técnico de ligar e desligar na fraseologia legal judaica) e (b) chave da disciplina, para excomungar os indignos e reconciliar os contritos, declarando o poder de Deus mediante a remissão de pecados exclusivamente em Cristo.
Pedro recebe esses poderes, como também a comissão pastoral de alimentar o rebanho, de modo representativo, e não como uma capacidade pessoal. Isto fica claro quando a comissão é repetida em Mt 18.18, a autoridade de exercer o ministério da reconciliação é investida sobre todo o corpo de discípulos, como um todo, como também é a congregação fiel e não qualquer indivíduo particular, que age em nome de Cristo para abrir o reino aos que creem e fechá-lo aos incrédulos.
Essa função autoritativa é exercida primariamente pelos pregadores do evangelho e o processo seletivo, de conversão e rejeição, é visto em operação desde a primeira pregação de Pedro em diante (At 2. 37-41). Quando Pedro confessou a Cristo, sua fé se tornou típica do alicerce rochoso sobre o qual a Igreja está edificada na pessoa do Senhor Jesus Cristo.
A idéia de que Pedro tenha exercido qualquer primado pode ser refutada pela atitude da própria liderança. No concílio em Jerusalém, que ocupa a liderança é Tiago (At 15.13,19), Em Gálatas 2.11, Paulo tem uma argumentação forte com Pedro. A liderança da Igreja primitiva era conjunta, uma espécie de colegiado, ao que me parece justamente o que Cristo queria para sua igreja. Era uma liderança eficaz, tanto na misericórdia quanto no juízo (At 2.42; 5.1-11). Junto com os anciãos, resolviam qual a melhor orientação para a igreja gentia que despontava (Atos 15). Além do mais, é sentida a preocupação de Paulo por todas as igrejas não somente pelo grande número de cartas como pelas constantes viagens missionárias. A igreja é do Senhor Jesus que a Administra pela instrumentalidade do Espírito Santo.  
Jurandir & Loide

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