REFLEXÕES
TEOLÓGICAS III
OS DOZE
Os doze foram escolhidos a fim de que estivessem com Cristo e
foram qualificados para agirem como testemunhas. Foram dotados de poder sobre
os espíritos imundos e sobre as enfermidades. Foram instruídos a ensinarem
todas as nações. Receberam autoridade para anunciarem a salvação somente no
nome do Senhor Jesus.
Receberam também uma função mais específica, seriam juízes e
governadores do povo de Deus (Mt 19.28; Lc 22.29,30), com poder de ligarem e
desligarem (Mt 18.18), de perdoarem e reterem pecados (Jo 20.23).
Essa linguagem deu origem à concepção das chaves,
tradicionalmente definidas, tanto na teologia medieval como na reformada, como
(a) chave da doutrina, para ensinar qual a conduta é proibida e qual é
permitida (esse é o sentido técnico de ligar e desligar na fraseologia legal
judaica) e (b) chave da disciplina, para excomungar os indignos e reconciliar
os contritos, declarando o poder de Deus mediante a remissão de pecados
exclusivamente em Cristo.
Pedro recebe esses poderes, como também a comissão pastoral
de alimentar o rebanho, de modo representativo, e não como uma capacidade
pessoal. Isto fica claro quando a comissão é repetida em Mt 18.18, a autoridade
de exercer o ministério da reconciliação é investida sobre todo o corpo de
discípulos, como um todo, como também é a congregação fiel e não qualquer
indivíduo particular, que age em nome de Cristo para abrir o reino aos que creem
e fechá-lo aos incrédulos.
Essa função autoritativa é exercida primariamente pelos
pregadores do evangelho e o processo seletivo, de conversão e rejeição, é visto
em operação desde a primeira pregação de Pedro em diante (At 2. 37-41). Quando
Pedro confessou a Cristo, sua fé se tornou típica do alicerce rochoso sobre o
qual a Igreja está edificada na pessoa do Senhor Jesus Cristo.
A idéia de que Pedro tenha exercido qualquer primado pode ser
refutada pela atitude da própria liderança. No concílio em Jerusalém, que ocupa
a liderança é Tiago (At 15.13,19), Em Gálatas 2.11, Paulo tem uma argumentação
forte com Pedro. A liderança da Igreja primitiva era conjunta, uma espécie de
colegiado, ao que me parece justamente o que Cristo queria para sua igreja. Era
uma liderança eficaz, tanto na misericórdia quanto no juízo (At 2.42; 5.1-11).
Junto com os anciãos, resolviam qual a melhor orientação para a igreja gentia
que despontava (Atos 15). Além do mais, é sentida a preocupação de Paulo por
todas as igrejas não somente pelo grande número de cartas como pelas constantes
viagens missionárias. A igreja é do Senhor Jesus que a Administra pela instrumentalidade
do Espírito Santo.
Jurandir & Loide
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