quinta-feira, 22 de novembro de 2018

MEMORIAS III - Mamãe resolveu mudar

Uma carroça foi contratada, era dia de mudança. Deixaríamos O Morro do Tambor e mudaríamos para a região conhecida como Ribeirão do Lipa. Era outro extremo da cidade de Cuiabá.

Os quase nada foram colocadas na carroça, lembro de uma cama velha, mesa, cadeira e armário. Tão pouco que daria apenas uma viagem.

Saímos em direção a nova morada. Ruas poeirentas, sem asfalto na cadência do burro. Cruzamos o centro de Cuiabá, pegamos a Getúlio Vargas, cruzamos com o 16BC (Batalhão de Caçadores) e nos dirigimos à nova casa.

Uma casa grande antiga. Precisava de uma reforma que nunca foi feita. A sala era grande e servia de quarto. A cozinha era pequena, fogão de lenha com chaminé. O quintal era amplo com um enorme buraco no final de onde era tirada argila para produção de adobo, uma espécie de tijolo não queimado, usado para construção pobre.

Lá vivemos longos anos. Mudanças significativas ocorreram em nossas vidas durante esse período. Conseguimos ampliar o circulo de amizades boas e más. Recordo de uma senhora viciada em álcool que após a ingestão de bebida, saia pela rua gritando seu nome: ".......... bebe pinga e anda nua!!!!!" Tinha ela vários filhos, lembro de uma menina e dois rapazes que seguiam o mesmo exemplo.

Mamãe continuou a realizar serviços domésticos, ficávamos sob os cuidados de uma idosa conhecida como Lelica ou Lolica, não me lembro bem.

Dona Firmina, agora viúva do senhor Joaquinzinho, veio morar conosco. Anteriormente ela morava na região conhecida como Sucuri onde comercializavam produtos da cana de açúcar. Nesse trabalho, Sebastião perdeu o braço que foi colhido pela moenda de engenho tocada a boi.

Daí por diante dona Firmina tornou companhia constante entre nós, era quase da família. Após a morte do senhor Joaquim, teve vários amores; entre eles, senhor Julião, pai do Valdecy.

Mamãe veio trabalhar na família de Dona Maria, professora, esposa do senhor Galêgo, motorista do Correio, pai do deputado Roberto Nunes e da Vereadora Chica Nunes.

O contato com a família de dona Maria abriu a porta para novas e singulares oportunidades!        



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