quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

UMA LATINHA DE ÓLEO


UMA LATINHA DE ÓLEO PARA O PRÓXIMO ANO

Agnaldo L. Sacramento

01. Conta-se a história de um homem que levava sempre consigo uma latinha de óleo e, se passava por uma porta que rangia, punha um pouco do óleo nos seus gonzos. Se um portão estava difícil de abrir, punha óleo em seus ferrolhos. Assim passava ele pela vida, lubrificando todos os pontos difíceis e suavizando-os para os que vinham atrás dele. O povo chamava-o de excêntrico, esquisito e amalucado, mas o velho prosseguia firmemente, reabastecendo a lata de óleo quando se esvaziava e lubrificando as coisas emperradas que encontrava.
02. É antiqüíssimo o uso do óleo ou azeite. Tem-se o nome em hebraico“shêmen”, azeite, óleo, graxa, ungüento. E ao longo dos séculos, o óleo teve uso bem diversificado, especialmente misturado com outros produtos como o incenso, mirra, etc.. Ainda no Antigo Testamento, o indicado “azeite da unção” era um cerimonial envolvendo a escolha de reis, como no 1º Livro de Samuel, o próprio profeta Samuel ungindo o jovenzinho Davi como Rei de Israel.
03. Também eram ungidos os sacerdotes (Levíticos 8:30) e os profetas (Isaías 61:1).  O azeite sempre foi símbolo de muita alegria, júbilo e vitória. O famoso e conhecido Salmo 23, de Davi diz: “unges-me a cabeça com óleo”, denotando bênção, descanso e vitória. O Salmo 45 trata do óleo da alegria, dando a entender uma satisfação plena em todas as circunstâncias. E o Salmo 133 refere-se à união e comunhão entre os irmãos, entre os povos como “óleo precioso”. O profeta maior, Isaías 61:3, fala dos tristes que teriam “óleo de gozo por tristeza.” É ainda o profeta Isaías que fez a forte declaração de que a “unção despedaça o jugo” (Isaías10:27). Ver I João 2:20.
04. Em os nossos dias, mais do que nunca, precisamos de vidas preciosas, carregando nas suas mãos o óleo da unção que possa despedaçar quaisquer obstáculos ou dificuldades. Ah, como precisamos do óleo da alegria, levando a muitas pessoas tristes e abatidas uma palavra de conforto e de esperança; “levando alegria onde houver tristeza”. Há, literalmente, muitas vidas “rangendo” em dores e sofrimento, precisando de ungüento, mesmo que seja um pouco de óleo, de bálsamo, de refrigério, de um sorriso amigo e sincero.
05. No próximo ano (...), como “vasos nas mãos de Deus”, podemos levar o “óleo do bom ânimo” para alguém desanimado e cansado. Precisaremos muito do “óleo da compreensão”, do “óleo da paz”, para que possamos levar a reconciliação e esperança para muitos corações tristes e desesperados. Claro que não necessitaremos de um grande tanque de óleo, nem mesmo de um tambor de duzentos litros. Não! É indispensável tão somente uma unção especial de Deus sobre as nossas vidas e um coração cheio de amor para que possamos dizer uma boa palavra ao que estiver cansado (Isaías 50:4): ”Tenhas bom ânimo; esforça-te, não pasmes nem te espantes”.
06. No meu livro “O Mestre Chegou e Te Chama”, há o poema “O coração feito para amar” e a sua última estrofe diz: “Na tristeza ou na dor ou mesmo na alegria,/ Nunca se esqueça de que dentro de você, / Há um coração que foi feito pra amar. / Não sufoque a força do amor que há em você. / Deus lhe fez com um coração / Que só é feliz, se amar.

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