No campo religioso,
a glossolalia (expressar em língua desconhecida) é histórico, É
um fenômeno sobrenatural, presente em manifestações religiosas de diferentes
matizes, (Islâmica, umbandista e cristã).
O apóstolo
Paulo (1Cor 12 e 14), categoriza a glossolalia como um dom espiritual que pode
ser tanto uma língua conhecida, desconhecida ou estática (gr glössön).
O dom de língua
carece de interpretação. (cf cap 14).
O assunto que é
abordado resumidamente no capítulo 12, é ampliado no 14, onde Paulo diz que o falar
em línguas é um monólogo que produz edificação pessoal, a não ser que haja
interprete para edificação da comunidade cristã (14.5).
O dom de língua,
longe de uma ostentação, serve para fortalecer a comunidade e sempre deve ser
interpretado, pela pessoa que fala, ou outra (v 13). Caso não tenha interprete,
e nem o dom de interpretar, Paulo recomenda ficar calado (v28). Caso não haja
interprete, o espírito da pessoa ora de fato, mas a mente não é edificada (vs 14-17).
Apesar da
língua ser um sinal para os descrentes, Paulo não recomendava a prática na
igreja. (vs 16,17).
Oração em
língua que exclui a razão, torna a adoração incompleta, pois desassocia o espírito
da mente. A oração em êxtase espiritual terá maior valor se a comunidade puder
aproveitar.
O Velho
Testamento fez referência ao dom de língua: Pelo que por lábios gaguejantes
e por língua estranha falará o Senhor a este povo. (Is 28.11).
As línguas
constituem um sinal, não para os crentes, mas para os não crentes (v22).
As línguas não
serviam para a evangelização (a pregação de Pedro em At 2 foi em aramaico). As
línguas eram para adoração. A evangelização era feita individualmente nas circunstancias
da vida diária.
Paulo
disciplina o uso das línguas que deve ser usada para edificação (v 27,28) e
dentro de uma ordem, limitada no máximo três pessoas e que haja interprete, não
havendo, fale consigo mesmo e com Deus silenciosamente.
Finalizando, Paulo
exorta que não se deve proibir o falar em outras línguas (v 39), porém tudo
deve ser feito com ordem e decência (v40).
As reuniões de
adoração devem ser reverentes, ordeiras, cheias de harmonia e poucas inovações.
Jurandir
Marques
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