“Espiritismo,
segue a mesma crença do cristianismo, pois Jesus recebia um guia espiritual
conhecido por Cristo”, conceitua
Gisele Barros, adepta do espiritismo e declara também que o espiritismo nega a
existência de Satanás e a realidade do inferno.
O
Espiritismo Kardecista é uma doutrina religiosa de cunho filosófico e
científico, cuja principal crença gira em torno da constante evolução
espiritual do ser humano, através das reencarnações. ... O conjunto de todas
essas obras é conhecido como a “Codificação Espírita”. "O
essencial está em que o ensino dos Espíritos é eminentemente cristão; apoia-se
na imortalidade da alma, nas penas e recompensas futuras, na justiça de Deus,
no livre-arbítrio do homem, na moral do Cristo. Logo, não é antirreligioso".
Kardec 1857, p. 193.
O francês Hippolyte Léon Denizard Rivail (Allan Kardec),
pedagogo, criou o termo espiritismo em 1857 e o definiu como “doutrina
fundada sobre a existência, as manifestações e os ensinos dos espíritos”. O
espiritismo não é reconhecido como ciência, porém, o seu fundador declarou que
o espiritismo alia aspectos científicos, filosóficos e religiosos Kardec 1849, p. 40.
Tudo começou com o fenômeno das mesas girantes ou mesas
dançantes, tipo de sessão espírita em que os participantes se sentam ao redor
de uma mesa, colocam as mãos sobre ela e esperam que ela se movimente. O
fenômeno intrigou, como poderia a mesa se mover se ela não possui músculos nem
cérebro. Dizem que o mesmo agente causador do fenômeno respondendo disse que:
“Não é a mesa que pensa! Somos nós, as almas dos homens que vivem na Terra” Porto 2019 (Espiritsmo, Dicionário Infopedia de Língua
Portuguesa, Porto Editora, 2019. Cópia Arquivada 7 de Outubro de 2019.
A doutrina espírita está fundamentada em cinco obras:
Codificação Espírita, (Kardec 1857/1868). Essa codificação é composta por O
Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O
Céu e o Inferno e a Gênese. Associadas, estão O Que é o Espiritismo? Revista
Espírita e Obras Póstumas.
Os seguidores do espiritismo entendem-no como uma doutrina
para o aperfeiçoamento moral do homem e acreditam na existência de uma Deus
único, na possibilidade de comunicação útil com os espíritos através de médiuns
e na reencarnação como processo de crescimento espiritual e justiça divina.
O Espiritismo de acordo com o Conselho Espirita
Internacional está presente em 36 países ao redor do mundo. No Brasil conta com
cerca de 3,8 milhões de adeptos, segundo dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), e mais de trinta milhões de simpatizantes, de
acordo com a Federação Espirita Brasileira (FEB). Os espiritas também são
conhecidos por influenciar e promover movimentos de assistência social
filantrópica.
Para justificar o espiritismo como oriundo da tradição
judaico – cristão, são citadas narrativas do Velho Testamento. I Samuel 9:9 "Antigamente em Israel,
indo alguém consultar a Deus, dizia assim: Vinde, e vamos ao vidente; porque ao
profeta de hoje, antigamente se chamava vidente." E como prática
corrente, como em I Samuel 10:6-24 "E o Espírito do SENHOR se apoderará
de ti, e profetizarás com eles, e tornar-te-ás um outro homem. (...)".
Conforme o contexto, constituía-se numa prática arriscada, como ilustrado em II
Crônicas 16:7-10. Os espiritas citam também a proibição de Moisés à pratica da
“consulta aos mortos”, como evidência da crença judaica nessa possibilidade, o
que não deixa de ser verdade, pois os cristãos evangélicos obedecem a essa
recomendação mosaica.
Um outro exemplo citado pelos espiritas é a consulta de
Saul à bruxa de Endor (1 Sm 28. 1-25); Jesus com Moisés e Elias no monte Tabor
(Mt 17. 1-9). Citam também em seu favor, relatos contidos nos Diálogos de
Platão quando fala sobre o daimon (mitologia grega, semelhante aos
gênios Árabe, que acompanhava Sócrates.
O dia 31 de março de 1848 marca o início dos acontecimentos
das modernas manifestações mediúnicas na residência das irmãs Fox em
Hydesville, EUA.
Samuel falou com o espírito de Saul? – (1 Sm 28. 7 – 20)
À exegese evangélica reformada, o espírito de Saul não
falou com Samuel e sim um espírito estranho. Uma leitura da experiência de Saul
com a bruxa de Endor, literalmente procura convencer que realmente o espírito
de Samuel falou com Saul. Porém analisando o texto, logo se percebe que Saul
pede à mulher que faça subir um espírito familiar e não o espírito de Samuel
E Saul se disfarçou, e colocou outras vestes,
e ele foi, e com ele dois homens e, de noite, vieram à mulher; e ele disse:
Rogo-te que me adivinhes pelo espírito familiar, e me faças subir, a quem eu te
der o nome. (versão King James Fiel 1611).
Saul viveu por muito tempo atormentado por um espírito mal
(1Sm 28.20; 2 Co 11.14), é possível que este mesmo espírito aparece na ocasião.
O que deixa aparentemente confuso é a narrativa a partir do verso 16 em que o
espírito fala exatamente como se fosse o profeta Samuel, o que dá a entender
que é realmente Samuel quem está falando, porém, uma leitura contextualizada
mostra ao contrário. Em primeiro lugar na fala do espírito existe apenas uma
afirmação daquilo que o Senhor já havia afirmado, que Saul seria derrotado em
uma guerra, porque o Senhor permitiu (1Sm 28. 17-19). Em segundo lugar, o
espirito repete palavras que Samuel já havia dito em vida, portanto, uma
simples imitação. Em último lugar, o versículo 19 diz que Saul e seus filhos
estariam com Samuel. Porém, tudo indica que o destino eterno de Saul foi outro,
portanto, não poderia estar junto a Samuel.
Os cristãos
evangélicos desconstroem o processo da reencarnação baseados no que diz o
escritor aos Hebreus 9.27 “E assim como aos homens está ordenado morrerem
uma só vez, vindo depois disto, o juízo”. A declaração é vista como regra
geral para o ser humano. Raríssimas vezes alguém morreu mais de uma vez, por
exemplo Lázaro (Jo 11.43-44). Porém, Lázaro não recebeu o corpo que receberão
todos os ressuscitados no dia da ressurreição. Estarão isentos da morte os que
na vinda do Senhor serão arrebatados para o encontro com o Senhor nos ares (1Ts
4.17).
O texto aos
Hebreus declara que após a morte segue-se o juízo, ou seja o juízo final que
será aplicado a todas as pessoas. As pessoas que morrem fisicamente sabem que
não voltarão a viver novamente. Lazaro, Dorcas e a filha de Jairo ressuscitaram
e não reencarnaram. O ser humano só desfruta da vida neste mundo uma vez só,
vindo depois disso o juízo. “Porque importa que todos nós compareçamos
perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal
que tiver feito por meio do corpo” (2Cor 5.10).
Cada cristão um
dia terá que comparecer perante o tribunal de Cristo, para prestar conta a Ele.
Prestará contas das ações ocorridas durante o tempo de vida terrena. Não será
julgado pelo pecado, pois este já foi julgado e perdoado pelo ato da cruz (Ef
1.7). Paulo está referindo às atividades realizadas durante a vida, as quais
dizem respeito ao galardão eterno. Aquilo que o cristão fez com o corpo
temporário. Paulo não está dizendo a respeito das coisas benéficas da terra,
mas das quais deveria glorificar a Deus por meio delas e gastar maior parte da
energia e tempo com as coisas de valor eterno.
O juízo para condenação
está narrado em Ap 20. 11-15. Quem enfrentará esse juízo? Todos os que rebelam
contra o Criador e o seu Cristo. Estes estarão em pé diante dEle. Em sentido
judicial, como prisioneiros culpados e condenados diante do tribunal da justiça
divina. As ações e pensamentos não confessados e perdoados estão registrados
diante do Supremo juiz, e haverá diferentes graus de condenação no inferno (Mt
10.14-15; 11.22; Mc 12. 38-40; Lc 12.47-48; Hb 10.29).
“E, se
alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro
do lago de fogo” (Ap 20.15). Lago de fogo, o estado final, o Inferno final,
lugar de punição eterna de todos impenitentes, angélicos e humanos. O conselho prático para a salvação é aceitar o
sacrifício de Cristo realizado na cruz.
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