sábado, 16 de julho de 2011

A depressão


Quais as manifestações típicas de uma pessoa deprimida?
Será que depressão é sinal de falta de fé?
Características da depressão
Profunda tristeza, desinteresse, sensação de vazio interior, falta de apetite, perturbações de sono, cansaço, autopiedade, falta de motivação, incapacidade de tomar decisões, falta de alvos ou objetivos, medo, ira. A ira pode manifestar de forma quente (explosiva), como fria (ressentimento, rejeição, culpar os outros).
A tristeza e a autopiedade, podem ser formas de encobrir a ira.
Todos nós experimentamos alguns destes sinais que não chegam ser depressão.
Porém, quando vários destes sintomas persistirem, o médico deve ser consultado.
O tratamento médico não deve ser a única alternativa porque pode levar o paciente à dependência de antidepressivo para o resto da vida.
Dinâmica da depressão.
Ela funciona um pouco como uma espiral descendente em que a pessoa vai perdendo controle sobre seus pensamentos, que se torna cada vez mais autônoma. E à medida que os pensamentos parecem controlar a mente, também a sua atitude vai ficando cada vez mais passiva. A pessoa entra em um vazio, deixa de “fazer”.
Desenvolve o (self talk), falar para si próprio. Analisa uma situação e faz um julgamento que, para ela, passa a ser “realidade”. Acumula pensamento negativo que transforma em barreira para a comunicação. Mesmo que seja encorajada sempre ela tem um “mas....”, que não permite que sua visão negativa seja alterada.
Depressão – guerra emocional e espiritual
Uma das armas dessa guerra são as mentiras em que a pessoa pouco a pouco começa a acreditar.
a)  Mentiras a cerca de si própria: não tenho valor; não tenho razão para viver; alguns erros que cometi são demasiadamente graves para serem perdoados.
b)  Mentiras a cerca de Deus. Deus não existe. Se existe não importa comigo. Deus não ajuda.
c)  Mentiras que focam em realidades temporais, no aqui e agora: Não posso ser feliz se não tiver agora o que preciso.
Paradoxos da depressão.
A pessoa pode desejar os outros, desejar o seu amor, mas empenha em afastá-los. Estar sozinho pode-se tornar aterrador e o abandono ser um medo constante. Não há certezas de nada. Deseja algo e, ao mesmo tempo, teme conseguir isso. (E se esse desejo for satisfeito e a dor e o desespero continuarem?).
Depressão como forma de autopunição inconsciente
A pessoa pode achar que por algo errado que fez, perdeu para sempre o direito de ser feliz e inconsciente não querer mudar.
Vantagens aparentes da depressão
Pode ser “confortável” porque a pessoa já a conhece. Não há nada de novo. Elimina a necessidade de fazer escolhas. Para o deprimido, a escolha, a tomada de decisões, é sempre um risco a evitar a qualquer custo. Mas não fazer nada já é uma escolha. Viver significa escolher, e escolher significa correr risco de cometer erros e aceitar o risco de ser culpada desses erros. Tem um grande poder em dominar relacionamentos, tornando-se o centro das atenções e o foco das preocupações dos outros.
Dialogando com a depressão.
A pessoa deprimida com muita raridade desafia ou põe em questão seus pensamentos. A depressão diz: Renda-se. Desista. A pessoa deprimida precisa aprender a dialogar com a depressão, a lutar contra ela em vez de apenas ouvir o que ela diz. Precisa aprender e praticar, a ver as coisas pela perspectiva de Deus. Aprender a expulsar as mentiras que foram alojando na sua mente. “Saia em nome de Jesus de Nazaré!!”
A pessoa deprimida, mesmo no meio do maior sofrimento, tem uma escolha a fazer: ficar no seu canto lambendo as feridas ou com ajuda de Deus lutar contra elas.
Para iniciar este percurso é preciso esperança. A esperança é companheira constante da perseverança. Esperança é uma escolha. Ter esperança é arriscado. Quando se tenta matar a esperança, mata-se o futuro e as alegrias do presente.
A pessoa deprimida deve ser encorajada a lembrar que perseverar é muito mais do que Deus manda; é algo que Ele faz, aleluia!! É uma capacidade que se treina, desenvolve, e que só é relevante nas dificuldades.
Ajudando o deprimido
O trabalho com a pessoa deprimida tem que ser prático. A deprimida precisa ter sua estrutura fortalecida. Na sua mente tudo se tornou como que um imenso pântano, onde tudo é vago e lodoso; onde as únicas certezas são as falsas “realidades” negativas e destrutivas que ela foi deixando alojar na sua mente.
A deprimida precisa deixar de simplesmente “estar”, para começar a “fazer” e a ter limites, linhas de orientação, planos organizados.
Ajudá-la a quebrar a espiral descendente em que se encontra. Ajudar a abandonar os padrões negativos de pensamento e comportamento e substituir por escolhas conscientes.
Jurandir Marques
Teólogo cristão e professor do IPES
pas_jurandir@hotmail.com



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