Evitando
se perder nos Detalhes: Reflexões sobre Ensinar de Maneira Cristã
(Dr. Dave Mulder)
Eu sou
péssimo em golfe. Honestamente, nem deveria me chamar de golfista. Pratico tão
raramente – quase nunca – que não é surpresa eu ser terrível nisso. Se alguém
fosse descrever meu desempenho no golfe, a frase “perdido no mato” certamente
se aplicaria. Na última vez que joguei, passei mais tempo fora do campo do que
no caminho certo, e muito foi, literalmente, no mato. Pelo menos três bolinhas
brancas se perderam ali naquele dia. Mas aqui está a verdade: se eu não estiver
disposto a praticar, não é de se estranhar que eu nunca melhore no golfe.
Talvez
possamos fazer uma afirmação semelhante sobre o ensino. Ensinar é algo que
melhoramos com a prática! Há tipo de refinamento consciente que a maioria dos
professores passa nos primeiros anos de profissão. Testamos abordagens,
experimentamos, cometemos erros, aprendemos com eles, recebemos orientação,
buscamos apoio e aprimoramos nossa prática para melhorar. Podemos nos perder
nos detalhes de vez em quando, mas com atenção e cuidado, começamos a acertar o
alvo cada vez com maior frequência.
E quanto ao
ensino cristão? Às vezes nos perdemos
nos detalhes quando se trata de práticas educacionais informadas pela fé? Quero
encorajá-lo, caro colega, a reservar um tempo para refletir sobre isso e se
comprometer a praticar, para não se perder no caminho!
O que quero
dizer com “ensinar de maneira cristã”? Um pequeno lembrete gramatical pode ser
útil aqui.
Lembre-se
de que os substantivos são pessoas, lugares, coisas ou ideias. “Cristão” é
certamente um substantivo! E acredito que a palavra funciona melhor como tal: “cristão”
literalmente significa “pequeno Cristo”. Isso me lembra a bela história da
igreja primitiva relatada em Atos 11.19-30, que inclui este detalhe importante:
“Os discípulos foram chamados cristãos pela primeira vez em Antioquia”. Os
crentes de Antioquia era tão semelhantes a Cristo que as pessoas ao redor deles
lhes deram um nome intencional: cristãos. E eu também reivindico esse nome –
quando me chamo cristão, estou fazendo uma profissão de fé; estou dizendo: “Estou
tentando ser um pouco mais como Jesus a cada dia!”
Mas “cristão”
também pode funcionar com outras partes do discurso. Por exemplo, “cristão”
pode servir como adjetivo, usado para descrever substantivos. Assim, podemos
falar de uma igreja cristã, um livro cristão ou um carpinteiro cristão. Talvez
também possamos descrever uma escola cristã, um professor cristão ou uma
educação cristã.
No entanto,
pergunto-me: o que exatamente queremos dizer quando descrevemos algo como “cristão”?
Por exemplo, o que queremos dizer ao descrever uma escola como cristã? Isso
significa que a escola é mantida por uma igreja ou denominação? Que os
professores são todos cristãos? Que o
currículo está alinhado a uma cosmovisão bíblica? Que atividades devocionais,
aulas de Bíblia e cultos fazem parte do ritmo do dia escolar? Que o principal
objetivo da escola é formar alunos como discípulos? Talvez vária dessas
descrições estejam em operação simultaneamente em uma “escola cristã”.
Podemos
fazer perguntas semelhantes ao aplicar “cristão” para descrever o professor ou
o ensino que ocorre nessa escola. O que faz de um “professor cristão”? O que
caracteriza um “ensino cristão”? O desafio é que o adjetivo “cristão” é
descritivo, mas pode ter muito significados possíveis.
Isso me
leva pensar nos advérbios. Lembre-se de que os advérbios descrevem verbos e
indicam quando, onde ou como ações acontecem, e muitas vezes terminam em “-mente”.
Portanto, podemos considerar a forma adverbial da palavra “cristão” ao
acrescentar “-mente”: cristãmente. Fazer algo cristãmente significa fazer de um
modo que ilustre que você está buscando ser como Jesus.
É isso que
eu amo tanto a ideia de ensinar cristãmente: ela me aponta uma direção, dizendo
que meu trabalho no ensino faz parte de viver meu discipulado, uma aplicação
essencial de como estou me esforçando para ser como Jesus. Ensinar cristãmente é
uma questão do coração, uma profunda convicção de que meu trabalho, é uma
maneira de amar ao Senhor com todo o meu coração, alma, mente e força e amar o
próximo como a mim mesmo (Marcos 10.28-31).
Há um
verdadeiro desafio aqui, no entanto. É relativamente fácil dizer: “Vou seguir a
Jesus no meu trabalho como professor”. Na verdade, é muito mais difícil fazer
isso! Permita-me oferecer três palavras de encorajamento para aqueles dedicados
a esse tipo de ensino cristão.
Primeiro,
ensinar cristãmente significa reconhecer que Cristo é soberano sobre todas as
coisas, incluindo sua sala de aula. Se Jesus é Senhor, Ele é Senhor de tudo, e
devemos trabalhar para construir Seu reino, mesmo em nosso trabalho diário como
professores. Jesus se importa com como você organiza as carteiras em sua sala
de aula, como avalia os alunos, e como interage com alunos, pais e colegas. Ser
intencional e cuidadoso em todas essas pequenas ações cotidianas é uma
expressão tangível de seu compromisso em viver sua fé.
Segundo
ensinar cristãmente significa viver nosso discipulado dia após dia. Nossa
vocação como discípulos é um chamado diário; o próprio Jesus disse: “Quem quiser
ser meu discípulo deve negar-se a si mesmo, tomar diariamente a sua cruz e
seguir-me” (Lucas 9.23). Não faremos isso perfeitamente, mas a boa notícia é
que podemos continuar tentando.
Finalmente,
lembremo-nos de que ensinar cristãmente não é uma obrigação: é uma
oportunidade! Temos a legre chance de expressar nosso amor por Jesus através de
nossas aventuras diárias na pedagogia. Em termos práticos, penso nisso como
usar os dons e talentos que Deus nos deu, ao máximo de nossa capacidade, para
sua glória, todos os dias.
Ensinar cristãmente
é uma coisa incrível e desafiadora. Verdadeiramente, é um alto chamado! Pode
ser fácil se perder nos detalhes quando começamos a pensar em quanto nossa fé
pode e deve impactar nosso ensino; mas sejam encorajados, amigos. O trabalho
diário de ensinar cristãmente é uma oportunidade para viver nossa fé e pratica
o seguir Jesus. Louvado seja Deus por nos convidar a participar da construção
de Seu reino, dia após dia!